Em comunicado, a organização não governamental Save The Children considerou a medida positiva, embora considere que já devia ser feita há muito tempo, depois de mais de oito meses de conflito.
É obrigação de todos os Estados-Membros transformar agora estas palavras em ações, afirmou a agência humanitária. A resolução é um passo na direção certa: o mínimo que as crianças em Gaza esperam de uma instituição que as decepcionou, sublinhou Tamer Kirolos, director regional de defesa da Save the Children para o Oriente Médio.
O ativista alertou que, caso a proposta não seja aceite imediatamente, a comunidade internacional, o Conselho de Segurança, a Assembleia Geral da ONU e todos os seus estados-membros devem adotar medidas rápidas para garantir um cessar-fogo definitivo.
Kirolos indicou que mesmo com a sua implementação, já é tarde demais “para dezenas de milhares de crianças assassinadas, mutiladas, raptadas e deslocadas”, embora, observou ele, outras centenas de milhares serão salvas.
O projeto, aprovado ontem por 14 votos a favor e uma abstenção, baseia-se numa proposta trifásica anunciada recentemente pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
Em princípio, o plano apela a um cessar-fogo imediato, à libertação de todos os reféns israelitas em troca de prisioneiros palestinianos, ao regresso dos deslocados de Gaza às suas casas e à retirada completa do Exército de Tel Aviv.
Essa fase daria lugar a uma segunda que permitiria o fim permanente da guerra, mas as milícias palestinianas querem um compromisso escrito para a sua implementação, enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não quer parar os combates e apenas insiste em fórmulas vagas sobre a questão.
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