A presidente da organização Mulheres pela Mudança, Cristina Cachaguay, afirma que para os equatorianos isso significa mais precariedade, é uma política neoliberal que empobrece e encarece a vida de todas as pessoas.
O governo de Daniel Noboa fez um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), favorece as grandes empresas e dá as costas aos equatorianos, disse Cachaguay.
A líder da Federação de Estudantes Secundários do Equador (FESE), Dayana Basantes, também acredita que acabar com os subsídios será um problema para os jovens, já que a maioria depende dos pais, muitos deles sem emprego digno.
O material escolar custa cerca de 200 dólares e isso já é quase metade de um salário base, portanto, se o preço dos combustíveis subir, a vida ficará ainda mais cara, disse o jovem estudante do ensino secundário.
Para o economista Marco Flores, ninguém pode acreditar que o aumento dos preços afeta apenas quem tem carro.
“Afeta a todos, quem tem veículo e quem não tem veículo próprio, e muito mais no meio da evidente estagnação do crescimento económico e do emprego que organizações como o Banco Mundial e o FMI estão ratificando”, ele avisou.
Neste contexto, esta quinta-feira as mobilizações continuarão em diferentes províncias, segundo o chefe da Frente Popular, Nelson Erazo.
Na véspera, um grupo de estudantes e trabalhadores marchou em Quito contra a medida, e ainda queimou bonecos de papelão com a figura do presidente Noboa.
O vice-ministro do Governo, Esteban Torres, justificou o fim dos subsídios aos combustíveis, alegando que “o desejo é que os preços estejam nos níveis internacionais”.
Segundo Torres, o Executivo vai estabelecer “faixas de proteção” para que os preços “não disparem”.
O ministro da Economia e Finanças, Juan Carlos Vega, por outro lado, referiu-se a um “esquema de estabilização do preço da gasolina” e indicou que o aumento esperado sem subsídios será entre 0,25 e 0,30 cêntimos de dólar por galão.
Vega sublinhou que a decisão de eliminar os subsídios aos combustíveis não pode ser revertida, embora as organizações sociais garantam que haverá mais mobilizações contra a medida.
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