Além do investimento em profissionais de segurança federais e municipais, serão reforçadas as ações de inteligência e fiscalização por meio da aquisição e aluguel de equipamentos de enfrentamento ao crime organizado, como helicópteros de médio porte, barcos blindados e veículos.
Um dos principais objetivos da AMAS é estruturar e equipar o Centro Internacional de Cooperação Policial, em Manaus, capital do norte do estado do Amazonas, e reforçar a integração com a Companhia de Operações Ambientais, unidade da Força Nacional especializada no combate ao desmatamento.
A ideia é ampliar e facilitar a troca de informações entre as forças de segurança federais, representantes das secretarias de segurança pública dos nove estados da Amazônia Legal e representantes dos demais países que compõem o bioma.
Organizações ambientalistas alertam que a expansão das facções criminosas aumenta os indicadores de violência na região e agrava ações criminosas ligadas à devastação ambiental da Amazônia, como desmatamento, mineração, grilagem de terras e queimadas.
A apresentação do documento intitulado Cartografias da violência na Amazônia, apresentado em novembro pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto Madre Criolla, alertou que facções ganharam espaço na região, não apenas ampliando o tráfico de drogas, mas também associando-as a crimes ambientais que devastam os pulmões do planeta. Segundo o relatório, pelo menos 22 facções criminosas nacionais e estrangeiras atuam na Amazônia Legal, área que corresponde a 59% do território nacional e inclui nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão. O estudo localizou e localizou a sua presença em 178 das 772 cidades da região (25%), um em cada quatro municípios. Em 80 deles há disputa entre gangues.
Um terço dos amazônicos vive em áreas de conflito e confrontos entre grupos criminosos. São pelo menos 8,3 milhões de pessoas que, em suas rotinas, estão sujeitas a dinâmicas de violência extrema, como trocas de tiros e assassinatos à luz do dia.
59% da população da área, ou 15,4 milhões de pessoas, residem sob o domínio de pelo menos uma dessas facções.
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