O projeto de lei desta consulta popular apresentado à Assembleia Legislativa juntamente com a chamada Lei Jaguar para Promover o Desenvolvimento da Costa Rica representa um prejuízo económico para o Tesouro Público, acrescentou a Controladora-Geral da República, Marta Acosta Zuñiga, em declarações à imprensa.
A iniciativa – acrescenta o texto – visa eliminar competências essenciais que a Constituição confere à Controladoria, às auditorias internas e à própria Assembleia Legislativa.
Segundo Acosta, quando o auditado, no caso o Poder Executivo, pretende desenhar o modelo de controle que lhe será aplicado, opta justamente por aquele que é fraco e de menor abrangência.
A Controladoria alertou sobre “enormes lacunas” que poderiam prejudicar o controle dos recursos públicos.
O projeto – assegurou – afeta mais do que a contratação de obras públicas, uma vez que a Assembleia Legislativa também perderia ferramentas cruciais de controle político agora fornecidas pela Controladoria.
Segundo Acosta, “a situação é pior do que parece, vai além das questões de contratação de obras públicas, porque até a própria Assembleia Legislativa perderá os insumos de controle político que atualmente recebe da Controladoria-Geral da República.
A lei – advertiu – retiraria funções substantivas ao referido órgão, enquanto “o executivo imporia o tipo de controles que o seu próprio órgão auxiliar poderia realizar, uma invasão de poderes legislativos e uma intenção aberta de minimizar o referido auxiliar”.
O projeto poderá também eliminar controles preventivos, como a aprovação orçamental e o aval de contratos públicos, estabelecidos pela Constituição, reflete a Controladoria.
As declarações de Acosta coincidiram com as do economista Ottón Solís Fallas, que observou “uma pitada de improvisação” no projeto proposto semanas atrás pelo presidente Chávez à Assembleia Legislativa.
A consulta popular – argumentou o analista em artigo do jornal La Nación – carece de “uma rubrica orçamentária para financiar sua execução, o que por si só é preocupante”.
O ex-candidato presidencial destacou ainda que o projeto de consulta popular “restringe normas legais criadas para garantir o bom uso dos recursos públicos”.
Por outro lado, o canal local Teletica garantiu que a ideia de referendo do Presidente Chaves enfrenta “um procedimento legal complicado e prazos rigorosos e curtos”.
A proposta do Executivo sobre esta consulta popular, cuja essência é reformar artigos constitucionais relativos ao controle, fiscalização e competências da Controladoria-Geral da República, passa por meios complexos para concretizar, comentou a estação televisiva.
O Legislativo concordou provisoriamente com a data de 25 de junho, para votação do polêmico pedido de referendo apresentado pelo Executivo.
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