Num comunicado, salientaram que o número se soma aos 18 cidadãos da Cisjordânia que perderam a vida nas prisões do país vizinho desde 7 de outubro do ano passado, quando eclodiu o atual ciclo de violência.
O texto acusava Israel de cometer crimes contra a humanidade nas suas prisões, incluindo o desaparecimento forçado de reclusos.
As prisões tornaram-se valas comuns para milhares de pessoas, alertava o documento, que criticava instituições internacionais como a Cruz Vermelha por não agirem nesta situação.
De acordo com os testemunhos de numerosos detidos recentemente libertados, os métodos de tortura e de tratamento desumano e degradante são sistemáticos nestas instalações.
Ele citou entre essas práticas espancamentos, fome sistemática, privação de sono, falta de cuidados médicos, uso de cães para ameaçar e exposição a baixas temperaturas.
Um dos métodos de tortura é convidar funcionários e civis a testemunhar tais maus-tratos durante os interrogatórios como forma de insulto e humilhação, sublinhou.
A Autoridade Palestina para Assuntos de Prisioneiros e Ex-Prisioneiros condenou esta semana a tortura israelense contra cidadãos presos na Faixa de Gaza.
O assessor de comunicação social daquela instituição, Hassan Abd Rabbo, criticou as autoridades do país vizinho por impedirem a publicação de qualquer informação sobre as condições dos detidos.
Em declarações à agência noticiosa Safa, Abd Rabbo explicou que as mortes de palestinianos nestas prisões e centros penitenciários são conhecidas através da imprensa israelita.
“Nós, como organização, a Cruz Vermelha e os advogados, não recebemos qualquer informação”, alertou.
Como exemplo, citou o caso do Dr. Iyad Al-Rantisi, chefe da maternidade do Hospital Kamal Adwan, que alegadamente morreu numa prisão, conforme anunciou há dois dias o jornal Haaretz.
Há poucos dias, o presidente do Conselho Legislativo Palestiniano, Abdel Aziz Dweik, denunciou as torturas a que foi sujeito nas prisões israelitas e afirmou que eram sem precedentes.
Após sua libertação, após oito meses de prisão, Dweik, 75 anos, afirmou que a prisão de Negev, localizada no sul de Israel, é a pior do mundo.
Dias antes, o Observatório Euro-Mediterrânico dos Direitos Humanos revelou testemunhos de palestinianos torturados nas prisões e centros de detenção israelitas nos últimos meses.
Citado pela organização, Samir Abdullah Jamal Marjan, de 23 anos, disse ter sofrido espancamentos, choques eléctricos, insultos e uma tentativa de lhe injetarem substâncias desconhecidas.
Na prisão de Ashkelon a situação era pior. Fiquei em uma cela de isolamento e fiquei 12 dias sem comer”, indicou.
Fattah Al-Aklouk, que foi preso três vezes desde 7 de outubro, relatou que um compatriota, chamado Muhammad Al-Kahlot, morreu em consequência de tortura.
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