Assange, que esteve detido durante os últimos cinco anos em uma prisão britânica de segurança máxima, declarou-se culpado de uma acusação de publicar segredos militares dos Estados Unidos, particularmente as campanhas militares do Pentágono no Iraque e no Afeganistão, em 2010-2011.
O jornalista australiano, que lutou contra a extradição para o país do norte durante todo esse tempo, compareceu à audiência marcada para hoje nessa capital, na maior ilha das Marianas do Norte, uma comunidade norte-americana no Pacífico ocidental.
O local, embora pareça saído de um roteiro de filme, é o fim da novela jurídica à qual Assange foi submetido devido a uma perseguição que durou anos por defender, por meio do WikiLeaks, o direito à informação.
O Departamento de Justiça concordou em realizar a audiência nas Ilhas Marianas do Norte devido à oposição de Assange em entrar no continente americano e porque ele estará literalmente a caminho de casa, na Austrália.
Antes de seu cativeiro em Londres, o fundador do WikiLeaks passou sete anos em asilo na embaixada equatoriana na capital britânica (2012-2019) para evitar a extradição para a Suécia, onde foi acusado de estupro e agressão sexual, algo que ele sempre negou.
Assange chegou à ilha de Saipan no dia anterior “para formalizar o acordo de confissão que nunca deveria ter ocorrido”, informou o WikiLeaks no site de rede social X.
A comunidade internacional reagiu com alegria após ouvir a notícia da libertação do fundador do WikiLeaks, que completará 53 anos em 3 de julho e que, se tivesse sido extraditado para os Estados Unidos, enfrentaria a possibilidade de uma sentença de prisão de quase dois séculos.
Uma confissão de culpa pelo crime mencionado acima acarretaria uma sentença máxima de 10 anos de prisão, mas nesse caso foram condenados cinco anos, o que corresponde ao tempo que Assange passou na prisão britânica em uma cela de 2×3 metros, isolado 23 horas por dia.
dfm/mb