No entanto, o porta-voz insistiu na necessidade de um sistema eficaz de coordenação e desconflito para as operações em Gaza.
Entre outras ações, Dujarric enfatizou a necessidade de mais permissões para equipamentos de segurança essenciais, proporcionais aos riscos de trabalhar em uma zona de guerra, bem como o compromisso dos militares israelenses de facilitar a assistência humanitária e proteger o pessoal e as instalações humanitárias.
Denunciando “riscos cada vez mais intoleráveis”, a ONU confirmou vários contatos com a Cogat, a agência israelense encarregada de coordenar a passagem de comboios dentro da Faixa, para reiterar os desafios enfrentados por seus trabalhadores e a falta de eficácia das entregas. Os humanitários e suas operações têm sido alvos repetidos em Gaza, disse Dujarric, lembrando o alto número de mortes entre os membros da agência desde o início da atual rodada de hostilidades.
“Todos os dias avaliamos a situação e analisamos como podemos operar com segurança, tanto para nossa própria equipe quanto, o que é mais importante, para aqueles que recebem a ajuda”, acrescentou.
A ONU reconheceu a dedicação de seus funcionários em campo em meio a um conflito que acumulou um número recorde de vítimas humanitárias, ataques diretos a instalações e até mesmo uma campanha de difamação contra a Unrwa, sua agência para refugiados palestinos.
Pelo menos 180 prédios da Unrwa foram danificados ou destruídos desde 7 de outubro e quase 200 trabalhadores foram mortos como parte da ofensiva israelense.
Além disso, 500 habitantes de Gaza foram vítimas desses ataques enquanto buscavam proteção sob a bandeira da ONU em suas instalações em Gaza.
Apesar desses riscos, nossos colegas humanitários em campo são muito dedicados em seu trabalho para ajudar os civis de Gaza a obter ajuda, enfatizou o porta-voz da agência, insistindo na necessidade de um cessar-fogo e na libertação dos reféns.
O porta-voz também rejeitou as repetidas acusações de Israel de falta de coordenação ou de eficácia nas missões de ajuda, que muitas vezes são retidas ou atrasadas nos postos de controle das Forças de Defesa de Tel Aviv.
“Acho que culpar aqueles que estão tentando ajudar, que estão em Gaza sem armas, sem segurança real, parece-me um pouco exagerado”, disse o porta-voz em resposta à representação de Israel na ONU.
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