Os casos envolvem a falsificação de atestados de vacinação e a venda ilegal de joias pertencentes ao Estado e acumuladas pelo ex-presidente.

Em ambos os casos, a delação premiada do ex-assessor de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, foi fundamental.

Cid recorreu a esse tipo de explosão para tentar minimizar o impacto criminal das revelações.

A polícia tem provas de que o ex-assessor atuou pessoalmente na produção de cartões falsos de vacinação contra a Covid-19 para seu ex-chefe e sua família, quando o político de extrema direita pretendia viajar para os Estados Unidos.

Ele também parece ter se envolvido na venda de jóias, especialmente no norte do país, dadas ao ex-presidente pelas autoridades da Arábia Saudita em suas viagens ao exterior.

De acordo com as investigações da polícia, Cid e seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, estavam envolvidos na venda de relógios e esculturas em lojas americanas.

Parte dos recursos provenientes dessas negociações teria sido direcionada para a conta do oficial de alta patente, que era o responsável pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos em Miami.

De acordo com Igor Gadelha, do site Metrópoles, Cid confessou à PF que entregou uma quantia do capital obtido com a venda ilegal ao ex-presidente durante uma viagem oficial a Nova York.

O valor foi restituído em espécie em setembro de 2022, segundo a denúncia do militar.

O dinheiro da venda dos relógios, cerca de 68 mil dólares, foi inicialmente depositado na conta do general Cid, que pegou o dinheiro em parcelas e partiu para Nova York para entregar as notas ao seu descendente, que acompanhava Bolsonaro em um evento das Nações Unidas.

Os dois (pai e filho) estão sendo investigados por supostamente terem negociado os enfeites sauditas recebidos pela Presidência da República.

Recentemente, Cid alegou em conversas com interlocutores que, caso houvesse algum outro objeto de valor negociado, isso foi feito por meio de terceiros e sem o seu conhecimento.

A descoberta das novas joias ocorreu durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão realizado pela PF no exterior, em conjunto com o Federal Bureau of Investigation (FBI) dos Estados Unidos.

Atualmente, Bolsonaro tem pelo menos cinco investigações no STF e uma das mais complexas é a das milícias digitais, que abrange a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

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