É claro que houve uma troca de pontos de vista bastante franca e exaustiva sobre questões internacionais atuais, incluindo o conflito ucraniano, e falamos sobre possíveis formas de o resolver, disse Putin aos jornalistas após negociações com Orban.
Segundo o líder russo, o primeiro-ministro húngaro falou sobre as suas recentes reuniões em Kiev, onde apelou à cessação das hostilidades para criar condições favoráveis para iniciar negociações com a Rússia.
Neste contexto, Putin expressou a sua convicção de que Kiev evita a ideia de um cessar-fogo, uma vez que neste caso a razão para a expansão do regime de lei marcial desapareceria.
Se a Ucrânia tiver de levantar a lei marcial, isso significará que terá de convocar eleições, que não foram realizadas, explicou o presidente.
O mandato presidencial de Vladimir Zelensky expirou em 20 de maio. As eleições presidenciais, que deveriam realizar-se em 2024, foram suspensas na Ucrânia, a pretexto da vigência da lei marcial e da mobilização geral.
Putin também disse que a Rússia esteve e continua aberta a discutir um acordo político e diplomático na Ucrânia, mas Kiev não está disposta a fazê-lo. E os patrocinadores da Ucrânia continuam a tentar usar aquele país e o seu povo como aríete, como vítima no confronto com a Rússia, acrescentou.
O Kremlin organizou conversações entre Putin e Orban que duraram mais de duas horas e meia. As conversações contaram com a presença de delegações dos dois países que incluíam os chanceleres.
Do lado russo, também estiveram presentes os conselheiros presidenciais Yuri Ushakov e Vladimir Medinski. Este último liderou a delegação nas conversações entre Moscovo e Kiev, interrompidas pelo Ocidente.
A Hungria exercerá a Presidência do Conselho da União Europeia durante os próximos seis meses. Em 2 de julho, na qualidade de chefe rotativo, o primeiro-ministro húngaro visitou Kiev, onde se encontrou com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky.
Orban ofereceu a Zelensky os termos de um cessar-fogo na Ucrânia, mas ele os rejeitou, segundo seu gabinete.
O próprio Primeiro-Ministro húngaro explicou que representava o continente europeu, em cujo interesse está a paz, e que isso só pode ser alcançado através de negociações com a Rússia.
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