De acordo com o presidente numa entrevista, Abad – que é atualmente embaixadora em Israel – “deixará a vice-presidência por sua conta”.
Acredito que, no final, tudo cai pelo seu próprio peso”, disse o presidente, referindo-se a recentes declarações de Abad sobre um possível perdão ao ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), que está em asilo político na Bélgica e defende sua inocência após ter sido condenado a oito anos de prisão por suposta corrupção.
Em 14 de junho, a oposição na Assembleia Nacional (parlamento) votou contra o levantamento da imunidade de Abad para que ela possa ser investigada pela Procuradoria-Geral por alegada extorsão, num caso em que o seu filho, Sebastián Barreiro, também está a ser processado.
O Presidente questionou: “Vai dizer-me que, com um filho mais velho a ser julgado e um namorado a ser julgado, não sabe de nada?
Noboa anunciou que se candidatará à reeleição, mas para tal teria de tirar uma licença durante a campanha eleitoral, período durante o qual o Vice-Presidente Abad teria de assumir a chefia do poder executivo, tal como estipulado na Constituição.
No entanto, o Presidente está a procurar uma alternativa para evitar esta situação.
Tomaremos as medidas que a Constituição nos permite. Aí deixo-o com a intriga”, respondeu Noboa à insistência desta segunda-feira sobre o caso, numa entrevista à Radio Sucre.
As divergências entre os dois principais chefes do Executivo equatoriano eram evidentes desde a eleição do binómio e depois, a 8 de dezembro de 2023, poucos dias após a tomada de posse, Noboa enviou Abad a Telavive como embaixador e colaborador para a paz.
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