Durante uma conferência convocada pela Assembleia Geral para ampliar o financiamento daquela entidade, o alto representante confirmou que este mal dispõe de 18% do orçamento necessário enquanto as suas operações são mais necessárias.

“Sem financiamento para a UNRWA, os refugiados palestinos perderão uma tábua de salvação vital e o último raio de esperança para um futuro melhor”, disse ele.

Guterres apelou à proteção do que é considerado a espinha dorsal da ajuda em Gaza, reconhecendo que não há alternativa a essa dependência.

Pouco antes, 118 países-membros da ONU declararam à imprensa o seu apoio à Iniciativa de Compromissos Conjuntos, que visa ajudar a Agência a enfrentar desafios políticos e financeiros e sublinhar o seu papel vital na prestação de serviços.

O comissário-geral da UNRWA agradeceu o apoio a esta iniciativa face aos “ataques sem precedentes e às tentativas sistemáticas de desmantelar” a Agência.

Esta é uma homenagem ao nosso pessoal que trabalha em toda a região, inclusive na frente humanitária em Gaza, acrescentou o alto funcionário em referência à campanha de descrédito lançada por Israel contra a organização.

“Isto inclui ataques cruéis às redes sociais e propostas legislativas para expulsar a Agência das suas instalações em Jerusalém Oriental e rotulá-la como uma organização terrorista”, disse Lazzarini.

Se não reagirmos, alertou, outras entidades da ONU e organizações internacionais ficarão expostas a ataques semelhantes.

De acordo com a ONU; 194 trabalhadores da Agência foram mortos na ofensiva israelita em Gaza desde 7 de Outubro, enquanto dois terços das suas instalações foram alvo de ataques.

O trabalho da UNRWA é vital em Gaza, onde mais de 1,9 milhão de pessoas (nove em cada dez habitantes de Gaza) continuam deslocadas das suas casas, algumas até nove ou dez vezes.

Como resultado, a população do enclave enfrenta uma grave insegurança alimentar, com meio milhão de pessoas à beira da fome.

O conflito mortal ceifou a vida de pelo menos 38 mil palestinos, enquanto mais de 85 mil ficaram feridos na Faixa.

A UNRWA foi aprovada pela Assembleia Geral da ONU há 75 anos com o mandato de fornecer assistência e proteção a mais de 5,9 milhões de refugiados palestinos registados na Jordânia, no Líbano, na Síria, na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza.

A sua missão visa promover todo o potencial de desenvolvimento humano destas populações, enquanto se aguarda uma solução justa e duradoura para o conflito.

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