Num discurso que durou mais de 90 minutos – um recorde para este tipo de acontecimentos – Trump referiu-se ao atentado contra a sua vida num comício de campanha na Pensilvânia e falou do poder divino por ter sobrevivido à tentativa de assassinato que o deixou ferido no ouvido certo.
Trump adotou um tom sombrio para narrar a um público que praticamente demonstrava sintomas de adoração por ele (ninguém se lembra do ex-presidente condenado) o que aconteceu durante o tiroteio em Butler, na Pensilvânia, que deixou um morto e outros dois gravemente feridos.
“Eu não deveria estar aqui esta noite”, enfatizou Trump no palco da Convenção, realizada de 15 a 18 de julho em Milwaukee.
A sua intervenção incluiu menção à questão econômica e à inflação, que estão entre as maiores preocupações dos eleitores e referiu-se também à política externa do seu sucessor democrata, Joe Biden, e à “invasão” ao longo da fronteira sul relativamente à crise migratória. Trump reiterou o que tem sido uma constante na sua campanha: se for eleito, deportações em massa de migrantes indocumentados, além disso, falou em reduzir impostos e fortalecer o poder dos Estados Unidos no exterior.
Num discurso em que não faltaram declarações falsas ou enganosas, embora tenha recebido o coro de “vencer, vencer, vencer”, Trump deixou claro que nada nos influenciará. Nada nos impedirá. E ninguém jamais nos impedirá.”
Sua orelha direita ensanguentada, seu punho erguido na cena de caos que ocorreu em 13 de agosto em Butler serviram para apagar da memória coletiva desde a ficha criminal de Trump em uma prisão na Geórgia até o julgamento criminal em Nova York – o primeiro de um ex-presidente dos Estados Unidos – onde foi culpado de 34 crimes graves.
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