As autoridades sanitárias do território informaram que cerca de 30 pessoas permanecem soterradas sob os escombros após os bombardeamentos israelitas contra edifícios daquela cidade.

Por sua vez, a agência oficial de notícias Wafa informou que o ataque “coincidiu com o deslocamento forçado de dezenas de milhares de cidadãos, em meio a condições humanitárias e médicas catastróficas”.

Três meses depois de se retirarem de Khan Yunis, as Forças de Defesa de Israel (IDF) ordenaram ontem a evacuação da zona oriental e minutos depois lançaram uma grande onda de bombardeamentos, um passo antes da entrada dos seus soldados.

O Complexo Médico Nasser informou que recebeu centenas de pessoas poucas horas após o início da campanha.

“Estamos perdendo a vida dos doentes e feridos por falta de capacidades. Não temos os recursos e suprimentos mínimos para tratar os feridos”, alertou uma fonte médica citada pelo Wafa.

Estações de televisão regionais mostraram imagens de dezenas de milhares de palestinos fugindo com o pouco que podiam carregar nos ombros ou, na melhor das hipóteses, em bicicletas ou carroças puxadas por burros.

Segundo Wafa, as FDI também decidiram reduzir o tamanho da chamada zona segura de Al Mawasi, perto daquela cidade, onde centenas de milhares de palestinos se refugiam.

Embora tenha sido declarada segura, a área foi alvo de vários ataques israelitas, incluindo um realizado há 10 dias que causou 90 mortos e 300 feridos, sob o pretexto de eliminar Mohammed Deif, chefe da ala militar do Hamas.

O meio de comunicação destacou que “imediatamente após a decisão do Exército, começou uma intensa operação de bombardeio aéreo e terrestre contra Khan Yunis, sem dar aos cidadãos a oportunidade de fugir”.

Por sua vez, a televisão Al Jazeera afirmou que o novo ataque ocorreu apenas 15 minutos após a ordem de evacuação, anunciada pelo porta-voz árabe das FDI, Avichay Adraee.

O responsável emitiu o alerta com o argumento de uma nova ofensiva militar contra as milícias palestinianas que supostamente regressaram à área, após a retirada militar.

Segundo a ONU, mais de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza tornaram-se refugiados desde o início do actual ciclo de violência, em 7 de Outubro.

Grande parte de Khan Yunis foi destruída após uma ofensiva terrestre iniciada no final do ano passado.

Nas últimas horas, também foram relatadas numerosas vítimas devido aos ataques israelitas contra várias áreas do enclave costeiro.

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