Foi o que disse o vice-ministro cubano de Relações Exteriores, Elio Rodríguez, ao intervir na mesa redonda “O comércio internacional como motor do desenvolvimento”, na Primeira Sessão do Comitê Preparatório da Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que será realizada até 26 de julho.
Rodríguez advertiu que “a queda nas exportações, a volatilidade dos preços das commodities, as medidas unilaterais de restrição ao comércio e as tarifas discriminatórias prejudicam a capacidade de muitos de nossos países de diversificar nossa atividade comercial e, portanto, nossas economias”.
Nesse sentido, disse ele, há necessidade de reforma nas cadeias internacionais de valor, geralmente controladas por corporações transnacionais, para permitir que as nações em desenvolvimento alcancem um grau maior de industrialização de seus produtos.
Ele considerou que, em termos de financiamento, a confiança a ser gerada deve começar com uma vontade política real de transformar o comércio em um motor para o desenvolvimento, e não em um meio de alimentar os cofres das transnacionais que se apropriam do mercado, controlam os preços em nível global e operam, às vezes, com a cumplicidade dos governos.
Para que a Rodada de Desenvolvimento de Doha, lançada em 2001, seja concluída com sucesso, seus resultados devem corrigir significativamente os desequilíbrios e as desigualdades no sistema de comércio multilateral em favor de uma maior integração dos países em desenvolvimento no comércio internacional, bem como de um maior acesso das exportações do Sul aos mercados mundiais, enfatizou.
“As medidas adotadas para combater a mudança climática, inclusive as unilaterais, não devem constituir um meio de discriminação arbitrária ou injustificável, nem uma restrição disfarçada ao comércio internacional”, enfatizou.
Em nome de Cuba, o vice-chanceler rejeitou a aplicação de medidas econômicas coercitivas unilaterais, que são incompatíveis com o direito internacional e a Carta das Nações Unidas.
Essas medidas ilegais e desumanas impedem que nossos países entrem nos mercados internacionais, inclusive nos mercados de commodities, em igualdade de condições, de maneira justa e inclusiva, concluiu.
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