A declaração reconhece a importância desse alimento nativo de milho, cuja preparação tradicional é realizada por mulheres indígenas nos municípios de San Agustín Yatareni, Santa María Atzompa e San Andrés Huayápam.
O decreto que designa essa sobremesa pré-hispânica da cultura zapoteca foi aprovado por unanimidade com 36 votos a favor, o que significa um passo fundamental para a proteção e promoção do emblemático doce artesanal.
Ele também tem identificação geográfica e está buscando sua denominação de origem junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
O presidente do Conselho de Coordenação Política do Congresso de Oaxaca, Sergio López, destacou que essa declaração é a primeira batalha vencida no esforço de resgatar e promover o nicuatole.
Ao incentivar seu consumo e preparo, preserva-se uma tradição culinária ancestral e, ao mesmo tempo, protege-se contra o plágio e o roubo de sua receita.
A medida promove o trabalho autônomo nas comunidades onde é produzido e beneficia mais de 300 famílias que dependem da fabricação desse alimento.
Essa sobremesa é cozida em fogões a lenha por aproximadamente duas horas, após as quais é deixada para coalhar, adiciona-se água à mistura e o sabor desejado, que pode ser de frutas ou nozes, e depois tingida com grana cochinilla para obter sua cor vermelha característica.
O nicuatole é vendido em lojas em San Andrés Huayápam e Santa María Atzompa, bem como em mercados na cidade de Oaxaca, e sua presença nesses pontos de venda não apenas satisfaz os habitantes locais e os turistas, mas também contribui para a economia local e a preservação de sua identidade.
A declaração do nicuatole como patrimônio imaterial e cultural de Oaxaca é um reconhecimento da riqueza gastronômica da região e do trabalho das mulheres indígenas que mantêm a tradição viva.
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