Vinte por cento das crianças com menos de seis anos vivem abaixo da linha da pobreza.
Mas isso é o dobro da porcentagem da população total em tal condição (10,1%).
Esse é um indicador que permaneceu estagnado nos últimos anos e agora está emergindo no período que antecede as eleições nacionais de outubro próximo.
A questão será objeto de análise em um seminário organizado pelo Unicef, com ênfase em políticas para crianças com enfoque internacional. Uma das especialistas que falará no seminário é Natalia Winder, diretora de Política Social e Proteção Social do Unicef, que se referiu às mudanças nas necessidades de uma faixa etária que vai de 0 a 18 anos.
Para o especialista, erradicar a pobreza infantil é a “maneira de criar uma sociedade mais forte”.
“Apoiamos os estados a fortalecer seus programas para medir sistematicamente e tornar visíveis as crianças em situação de pobreza e, em seguida, definir as melhores políticas para lidar com elas”, explicou ele ao site Montevideo Portal.
Enfatizou que a pobreza não é definida apenas pela renda. Ela é multidimensional e engloba questões básicas “conforme definido pela Convenção sobre os Direitos da Criança”.
Em termos de gastos sociais com crianças, o Unicef lançou um estudo baseado em uma análise do investimento feito por 84 países. Conclui que os valores alocados são “inadequados” e “desiguais” entre países e territórios.
Detalhou que, dentro desse subinvestimento, “há uma lacuna mais clara na faixa etária de 0 a 6 anos”.
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