O diretor do Instituto de Antropologia do Arizona, Estados Unidos, professor Yohannes Haile-Selassie, destacou o programa de eventos organizado desde janeiro passado para comemorar a descoberta do Australopithecus afarensis que contribuiu com elementos importantes para a ciência sobre a evolução do macaco até o moderno homem (Homo sapiens).
Selassie especificou que, no âmbito do evento denominado “Ano de Lucy”, teve lugar nesta capital a Nona Conferência de Paleólogos e Estudos Paleontológicos da África Oriental, na qual participaram 34 académicos, incluindo especialistas do instituto americano com extensa investigação na área africana.
Por outro lado, o diretor da Autoridade do Património Etíope, Abebaw Ayalew, declarou que as deliberações daquele evento e os programas realizados à margem têm maior valor nacional porque, na sua opinião, nenhum país se compara à Etiópia por ser a principal fonte de fósseis da espécie humana.
Ayalew considerou que as visitas de investigadores de classe mundial, incluindo o paleontólogo Donald Johnson, descobridor de Lucy, terão um contributo insubstituível para a visibilidade e construção da imagem da nação.
Destacou a abertura de um novo capítulo no turismo local com o desenvolvimento integrado de novo património natural, histórico e cultural. Além de realizar pesquisas, especialistas de nível mundial podem ter impactos positivos no setor, afirmou.
Johanson fez a descoberta do esqueleto de Lucy (Dinkinesh em amárico) datado entre 3,2 e 3,5 milhões de anos (apenas 40% recuperados) em 24 de novembro de 1974 na cidade de Hadar, região de Afar.
Foi determinado que no momento da morte ele tinha entre 14 e 15 anos com base nos dentes e quadris, enquanto o formato da cabeça e do cérebro prevalecia no chimpanzé. É importante lembrar que Johanson estava ouvindo a música dos Beatles “Lucy in the sky with Diamonds” no momento da descoberta e daí seu nome.
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