O porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU, António Guterres, Farhan Haq, também pediu respeito ao direito de reunião e expressão pacíficas.

Uma declaração da agência pediu que as forças de segurança protegessem as pessoas nas ruas de Daca e de outras cidades de Bangladesh depois de dias de manifestações que deixaram centenas de mortos e feridos.

De acordo com relatos da imprensa, as manifestações terminaram com a renúncia da primeira-ministra Hasina, enquanto o chefe militar de Bangladesh, general Waker-uz-Zaman, anunciou planos de buscar a orientação do presidente para formar um governo interino.

As Nações Unidas estão acompanhando de perto a situação em Bangladesh”, acrescentou o porta-voz adjunto de Guterres.

Horas antes, o alto comissário para direitos humanos, Volker Türk, disse que estava preocupado com a situação, especialmente com a possibilidade de mais perdas de vidas.

Faço um apelo urgente aos líderes políticos e às forças de segurança para que cumpram suas obrigações de proteger o direito à vida e à liberdade de reunião e expressão pacíficas”, disse o representante em um comunicado.

As manifestações estão em andamento desde julho, quando os jovens saíram às ruas da capital exigindo o fim de um sistema de cotas para empregos no governo em meio ao aumento do desemprego.

Mais de 200 pessoas foram mortas nas primeiras semanas, e relatos da mídia estimaram outras 80 mortes no fim de semana, incluindo pelo menos 13 policiais.

Türk pediu ao governo que pare de atacar as pessoas que participam pacificamente do movimento de protesto, bem como a libertação imediata das pessoas detidas arbitrariamente.

Além disso, o acesso total à Internet deve ser restaurado e as condições devem ser criadas para um diálogo frutífero, pediu ele.

O esforço contínuo para suprimir o descontentamento popular, inclusive por meio do uso excessivo da força, da disseminação deliberada de desinformação e do incitamento à violência, deve cessar imediatamente”, acrescentou o diplomata.

npg/ebr/glmv