Este ano, a data internacional apela ao respeito pela dependência destes poucos grupos do seu ambiente ecológico face ao risco que qualquer alteração no seu habitat natural representa para a sobrevivência de indivíduos e grupos.

De acordo com as Nações Unidas, as comunidades em isolamento voluntário e em contacto inicial enfrentam desafios únicos que são muitas vezes ignorados pelo mundo circundante.

Desde o desenvolvimento da agricultura, da mineração, do turismo e dos recursos naturais nos seus territórios até à possível exposição a doenças derivadas do contato externo, ameaçam a sua existência.

Estes fatores resultam na desflorestação de áreas de florestas dos povos indígenas, perturbando o seu modo de vida e destruindo o ambiente natural que protege durante gerações.

O contato forçado com o mundo exterior pode ter consequências devastadoras e destruir sociedades inteiras, alerta a agência.

Este Dia Internacional também reconhece as contribuições de grupos indígenas isolados na proteção da floresta e dos direitos coletivos a terras e territórios.

A sua sobrevivência, reconhece a ONU, não é apenas crucial para a protecção do nosso planeta, mas também para a protecção da diversidade cultural e linguística.

Num mundo tão hiperconectado de hoje, a existência de povos indígenas em isolamento voluntário e contacto inicial é uma prova do rico e complexo tecido da humanidade, e seria uma enorme perda para o nosso mundo se eles deixassem de existir, acrescenta a organização.

As Nações Unidas prestam homenagem às culturas indígenas todos os dias 9 de agosto em reconhecimento da primeira reunião de trabalho sobre estas populações, realizada em Genebra em 1982.

Segundo dados do fórum, os povos indígenas constituem cerca de seis por cento da população mundial, mas representam pelo menos 15 dos extremamente pobres.

Os seus territórios cobrem 28% da superfície do planeta e contêm 11% das florestas do mundo, enquanto os seus sistemas alimentares apresentam elevados níveis de auto-suficiência, capazes de gerar entre 50 e 80% dos seus alimentos e recursos.

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