12 de agosto de 2024 | 06:37
O gesto do estadista cubano demonstrou assim solidariedade com a multidão que o acolheu pela primeira vez na Bolívia, em 5 de agosto de 1993, num contexto marcado pela indignação nacional produzida pela sanção da FIFA contra um jogador do onze andino.
Segundo o jornalista Ovidio Cabrera no livro Privilegiados do Tempo – recentemente apresentado aqui por ocasião do 98º aniversário de Fidel Castro, neste 13 de agosto – o chefe da Revolução Cubana tinha consciência do motivo pelo qual, entre os gritos de boas-vindas, também os seus Simpatizantes entoavam: “Coca não é cocaína.”
Dias antes, a seleção boliviana havia derrotado o Brasil por 2 a 0 em La Paz, numa vitória histórica posteriormente manchada por uma comunicação da organização esportiva mundial notificando que o camisa 4, Miguel Ángel Rimba Alvis, havia testado positivo para uso de cocaína no controle antidoping. .
A tarde de 5 de agosto de 1993 avançava, quando o chefe de Estado antilhano – convidado pelo presidente boliviano, recém-eleito, Gonzalo Sánchez – saiu à varanda do Plaza e ergueu uma xícara de chá de folha de coca e serviu-se de sua bebida. conteúdo à vista de todos, garante o cronista.
O estadista cubano “desenvolveu aquele recurso brilhante que teria um efeito extraordinário sobre essas pessoas e que a imprensa daquele país e da América Latina reproduziu”, afirma Cabrera no referido texto.
Aquela massa da humanidade, ao ver Fidel Castro tomando chá de coca, multiplicou seus gritos e palavras de ordem e não se cansou de pronunciar o nome do líder do país caribenho e mundial, recorda o jornalista, criador e fundador dos serviços noticiosos da Televisão Cubana.
Foi uma demonstração de solidariedade ao povo boliviano e contra a manobra que queriam fazer no futebol; Com isso, mais uma vez, ocorreu um acontecimento inédito na história dos povos da Bolívia e de Cuba, destaca Cabrera, também fundador da Telesur.
Um relatório técnico da Federação Boliviana de Futebol (FBF) demonstrou com evidências confiáveis que o zagueiro boliviano havia tomado um trimato digestivo (infusão de erva-doce, camomila e folha de coca), que não era considerado droga no país andino.
As provas apresentadas pela FBF foram suficientes para que a Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) levantasse a suspensão de todas as atividades futebolísticas a nível nacional e internacional anteriormente imposta a Rimba em 6 de agosto de 1993.
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