A decisão surge depois de informes de fome ou fome aguda em dezenas de regiões sudanesas e advertências de um cenário de piora à medida que as fortes chuvas golpeiam a nação depois de mais de 16 meses de guerra.
A coordenadora humanitária do Sudão, Clementine Nkweta-Salami, disse em um comunicado que essa é a rota mais eficiente e mais curta para fornecer assistência humanitária ao Sudão na escala e na velocidade necessárias, especialmente para Darfur, a vasta região a oeste.
A travessia de Adre é uma rota humanitária essencial para a entrega de assistência emergencial a milhões de pessoas, incluindo alimentos, suprimentos nutricionais, medicamentos e abrigos, afirmou em um comunicado.
O ponto de travessia está fechado desde fevereiro e os parceiros humanitários usaram a passagem de fronteira de Tine para Darfur do Norte a partir do Chade como alternativa, mas a atual estação chuvosa tornou grande parte da rota intransitável.
O corredor permitirá que o Programa Mundial de Alimentos estenda a assistência a 14 áreas que enfrentam fome nos estados de Darfur, Kordofan, Cartum e Al Jazirah.
O porta-voz da agência em Darfur, Leni Kinzli, anunciou que dois comboios já estão carregados com quase 6 mil toneladas métricas de alimentos e suprimentos nutricionais para cerca de meio milhão de pessoas.
As pessoas estão morrendo simplesmente por causa da falta de acesso a medicamentos básicos e essenciais para o tratamento de saúde”, alertou Margaret Harris, porta-voz da Organização Mundial da Saúde.
De acordo com a especialista, os relatórios também alertam sobre cólera, sarampo, malária, dengue e meningite em vários estados.
O conflito deixou o Sudão com cerca de 26 milhões de pessoas em condições de fome aguda e de fome no campo de deslocados internos de Zamzam, perto de El Fasher, a capital de Darfur do Norte.
O último relatório do Índice Integrado de Classificação de Fases de Segurança Alimentar estima que 13 outras localidades em outras partes do Sudão também correm risco de fome.
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