O professor é autor da obra intitulada “O despertar de um povo: ensaios sobre como um país enfrentou e venceu uma grande transnacional”, uma compilação dos protestos populares de outubro e novembro de 2023, em rejeição à mineração de metais a céu aberto.
As manifestações paralisaram o país diante de um contrato de concessão assinado entre o Estado e a Minera Panamá, subsidiária da transnacional canadense First Quantum, que mais tarde a Suprema Corte de Justiça foi obrigada a declarar institucional e o governo ordenou o fechamento da mina em Donoso (Colón).
Sobre o assunto, Rodríguez disse à imprensa que sua publicação mais recente é um testemunho da luta de um povo unido em uma causa.
Ele também leciona na Universidade do Panamá e acredita que obras como essa podem despertar nos jovens a consciência do que o istmo está passando.
Ele acrescentou que ler sobre questões nacionais é de extrema importância, pois um povo sem memória está fadado ao fracasso, e conhecer a história do Panamá cria consciência do passado para lutar por um futuro melhor.
Rodríguez considerou que a academia desempenha um papel fundamental para garantir a permanência da memória do povo.
Isso se baseia, disse ele, no fato de que ela deve estar constantemente em busca da verdade e compartilhá-la com a sociedade.
Ele advertiu, no entanto, que o país carece de financiamento para alcançar uma boa academia e lembrou que o governo é obrigado a investir 6,0% do Produto Interno Bruto em educação, mas não chega nem a 4,0%.
O professor também se referiu aos processos pelos quais passou o Panamá, que foi colonizado em diferentes ocasiões, começando com a chegada dos espanhóis, seguida pelos colombianos e americanos.
“Apesar disso, nosso país sempre buscou a soberania e a manutenção de sua memória e cultura intactas”, observou.
Nessa leitura necessária de textos clássicos, Rodríguez recomendou escritores como Joaquín Beleño, Marixa Lasso, Luis Pulido Ritter, Miguel Montiel, Mario Molina e Olmedo Beluche, como referências que mantiveram a memória nacional.
Até o próximo domingo, no Centro de Convenções Atlapa, na capital, a FIL 2024 está sendo realizada sob o lema “A língua que nos abraça”, com a Espanha como convidada de honra, e os organizadores esperam a presença de mais de 120.000 visitantes.
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