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Chamada no Panamá para resgatar a memória histórica

Chamada no Panamá para resgatar a memória histórica

Cidade do Panamá, 16 ago (Prensa Latina) Por ocasião da 20ª Feira Internacional do Livro do Panamá (fil 2024), que entra hoje em seu quinto dia, escritores como Abdiel Rodríguez fizeram um chamado ao resgate da memória histórica.

O professor é autor da obra intitulada “O despertar de um povo: ensaios sobre como um país enfrentou e venceu uma grande transnacional”, uma compilação dos protestos populares de outubro e novembro de 2023, em rejeição à mineração de metais a céu aberto.

As manifestações paralisaram o país diante de um contrato de concessão assinado entre o Estado e a Minera Panamá, subsidiária da transnacional canadense First Quantum, que mais tarde a Suprema Corte de Justiça foi obrigada a declarar institucional e o governo ordenou o fechamento da mina em Donoso (Colón).

Sobre o assunto, Rodríguez disse à imprensa que sua publicação mais recente é um testemunho da luta de um povo unido em uma causa.

Ele também leciona na Universidade do Panamá e acredita que obras como essa podem despertar nos jovens a consciência do que o istmo está passando.

Ele acrescentou que ler sobre questões nacionais é de extrema importância, pois um povo sem memória está fadado ao fracasso, e conhecer a história do Panamá cria consciência do passado para lutar por um futuro melhor.

Rodríguez considerou que a academia desempenha um papel fundamental para garantir a permanência da memória do povo.

Isso se baseia, disse ele, no fato de que ela deve estar constantemente em busca da verdade e compartilhá-la com a sociedade.

Ele advertiu, no entanto, que o país carece de financiamento para alcançar uma boa academia e lembrou que o governo é obrigado a investir 6,0% do Produto Interno Bruto em educação, mas não chega nem a 4,0%.

O professor também se referiu aos processos pelos quais passou o Panamá, que foi colonizado em diferentes ocasiões, começando com a chegada dos espanhóis, seguida pelos colombianos e americanos.

“Apesar disso, nosso país sempre buscou a soberania e a manutenção de sua memória e cultura intactas”, observou.

Nessa leitura necessária de textos clássicos, Rodríguez recomendou escritores como Joaquín Beleño, Marixa Lasso, Luis Pulido Ritter, Miguel Montiel, Mario Molina e Olmedo Beluche, como referências que mantiveram a memória nacional.

Até o próximo domingo, no Centro de Convenções Atlapa, na capital, a FIL 2024 está sendo realizada sob o lema “A língua que nos abraça”, com a Espanha como convidada de honra, e os organizadores esperam a presença de mais de 120.000 visitantes.

mem/ga/mb

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