A abertura do fórum contará com a presença do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, do decano do tribunal, Gilmar Mendes, e da ministra do Tribunal Superior Eleitoral, Edilene Lôbo.
Essa troca de opiniões abordará a influência da inteligência artificial no sistema constitucional, na democracia e nos direitos no contexto jurídico atual.
O primeiro painel será sobre Inteligência Artificial, Direitos e Democracia, e o segundo será sobre Potencialidades e Riscos da IA: Ética e Regulamentação na Era Digital.
No intervalo entre os painéis, haverá o pré-lançamento do documentário JurisMáquina, dirigido pela advogada e pesquisadora Tainá Aguiar Junquilho.
O evento é promovido pelo Supremo, com o apoio do Instituto Brasileiro de Educação, Desenvolvimento e Pesquisa e do Bicentenário das Relações Diplomáticas entre os Estados Unidos e o Brasil.
Barroso disse em junho que a massificação da desinformação é uma de suas maiores preocupações quando se trata de IA.
Em um painel que discutiu a questão na Universidade de Oxford, no Reino Unido, ele deu como exemplo a disseminação de informações incorretas sobre tratamentos alternativos para a Covid-19 que podem ser amplamente distribuídos.
De acordo com o juiz, se um grande número de pessoas acredita no que foi divulgado, isso se torna um problema de saúde pública.
No âmbito da justiça, Barroso acredita que a IA pode ser usada “amplamente e para muitas finalidades”, mas é necessária uma regulamentação adequada, que é dificultada pela velocidade do desenvolvimento.
“Vejo a inteligência artificial como uma linha auxiliar, não autônoma. No entanto, acredito que ela pode trazer benefícios em termos de velocidade, eficiência e isonomia, de tratar todos igualmente sem influências indesejáveis”, disse.
Sobre as áreas que mais precisam de regulamentação, o presidente do STF listou os direitos fundamentais, a proteção da democracia e a governança.
Especificou que a desinformação, que é “objetivamente falsa”, deve ser removida imediatamente das plataformas de mídia social.
Ele também comentou que o modelo de negócios das redes depende do envolvimento das pessoas com o conteúdo, e há um certo incentivo perverso para disseminar o que não é bom.
O Senado está discutindo uma proposta para a regulamentação da IA. O texto está atualmente no comitê e ainda terá que passar pelo plenário principal dessa assembleia e, posteriormente, pela Câmara dos Deputados.
mem/ocs/bm