Segundo o diário Le Nouvelliste, a renovação do Estado de Emergência é um claro sinal de que nada mudou desde o estabelecimento do Conselho Presidencial de Transição e do governo interino liderado pelo primeiro-ministro Garry Conille.
Os bandidos praticam seus abusos e a polícia aguarda reforços e equipamentos e, para tornar a situação mais dramática, não conta com o apoio das forças quenianas, que vieram desde junho para derrotar os grupos armados.
Como lembra o Le Nouvelliste, Conille disse recentemente em uma entrevista à BBC: “Estamos extremamente preocupados. O apoio prometido ao Haiti está chegando muito lentamente. O povo haitiano tem sido extremamente paciente”.
É extremamente importante que os compromissos assumidos pelos parceiros e países vizinhos sejam implementados o mais rápido possível”, insistiu Conille.
A verdade é que a paciência do povo, revoltado com o clima de terror imposto pelas gangues, chegou ao seu limite nas últimas horas, e a polícia passou a dispersar com gás lacrimogêneo um protesto público contra a violência.
Os moradores dos bairros atacados pelas gangues criminosas, que já controlam parcial ou totalmente várias comunidades, também protestaram contra a falta de resultados das forças da lei e da ordem e a inação dos militares quenianos, que a população compara a artistas de teatro ou turistas na chamada Pérola do Caribe.
Há várias semanas, a mídia local não informa sobre a presença de soldados quenianos nas ruas de Porto Príncipe, especialmente depois que uma bala atingiu o ombro de um gendarme africano.
De acordo com o jornal on-line Le Nouvelliste, sabe-se que eles estão em seu acampamento tendo aulas de francês e crioulo haitiano.
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