Esta semana soube-se que a renda mensal dos membros da Câmara Alta do Congresso ultrapassaria os oito milhões de pesos (mais de oito mil dólares), apesar do forte ajuste implementado pelo Executivo de Javier Milei, da grave crise socioeconômica e do aumento da pobreza e da miséria.
O acima exposto foi fortemente questionado por diversas organizações políticas e sociais e o líder da Argentina Humana, Juan Grabois, considerou-o um roubo.
Se não é constrangedor cobrar esse valor em nome da “liberdade” ou da justiça social enquanto 1,5 milhão de crianças dormem sem comer, estamos loucos. Nem mesmo na Europa isso acontece e não há 55% de pobres. É indigno, ele ressaltou.
Entre a liberdade de morrer de fome proporcionada pelo Governo empobrecedor e a dissociação com a realidade da casta nunca ajustada, estamos a caminhar diretamente para a dissolução nacional. Milei, não se faça de bobo porque seu partido preside as duas Casas do Congresso, acrescentou.
Após o escândalo, a vice-presidente argentina e chefe do Senado, Victoria Villarruel, convocou hoje uma sessão para as 10h, horário local, e informou que será um debate presencial e público.
O anúncio foi feito depois que os chefes dos blocos do Senado notificaram a decisão de votar pela reversão do aumento.
Segundo o jornal Página 12, o acontecimento agravou as contradições entre Villaruel e Milei, que qualificou o aumento dos pagamentos aos legisladores como uma traição.
No âmbito dos debates programados para este dia, será analisado um projeto de lei apresentado pela Unión por la Patria (UP) para limitar o patrimônio dos poderes superiores dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, organizações descentralizadas da administração, empresas e empresas públicas e estatais.
O senador da UP Eduardo de Pedro explicou que esta proposta foi levantada desde março e garantiu que “é urgente e necessário reparar o desequilíbrio existente na sociedade”.
Temos a oportunidade de dar um primeiro passo, não deixe que eles nos enganem, Milei e Villarruel podem brigar pelos salários dos senadores, mas não têm diferenças quando se trata de não aumentar as pensões, implementar a tarifa elevada ou não proteger os trabalhadores, as pequenas e médias empresas e os nossos recursos naturais, afirmou.
jha/gas / fav