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Caso Franco: Deputados brasileiros vão anular o legislador

Caso Franco: Deputados brasileiros vão anular o legislador

Brasília, 28 de ago (Prensa Latina) O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados do Brasil analisará hoje o relatório que pode levar à cassação do deputado Chiquinho Brazão, um dos supostos autores do assassinato da vereadora Marielle Franco.

O relatório já deveria ter sido apresentado, mas permanece confidencial. Organizada pela deputada Jack Rocha, a decisão foi formalizada em 19 de agosto.

Rocha assumiu o cargo de relatora após quatro parlamentares recusarem após sorteio.

Seu parecer, que poderá recomendar a anulação ou manutenção do mandato de Brazão, será colocado em votação no conselho. Existe a possibilidade de adiamento da votação do parecer, caso seja apresentado pedido de audiência.

No dia 18 de junho, a primeira câmara do Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu a denúncia para condenar os acusados mandantes do crime de Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, no Rio de Janeiro.

Com a decisão, aprovada por unanimidade, o deputado Chiquinho, seu irmão, o ex-assessor do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil daquele estado Rivaldo Barbosa e outros dois assumem culpa e responderão a uma ação penal pelo crime.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, argumentou que a denúncia trazia fortes elementos da ligação entre os interesses da organização criminosa e os homicídios, e defendeu a competência do tribunal para julgar o caso.

De Moraes foi seguido pelos ministros Flavio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Carmen Lucía.

No julgamento, o STF acatou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e o processo entrará na fase de instrução, envolvendo coleta de provas, depoimentos de testemunhas e interrogatórios dos presos.

A PGR acusa os irmãos Brazão de fazerem parte de uma milícia envolvida na morte da vereadora.

O crime foi motivado pela resistência de Marielle Franco a um projeto de regularização fundiária que beneficiaria o grupo criminoso, que ela pretendia destinar a moradias populares.

Treze tiros de uma submetralhadora HK MP5 de alta precisão, usada apenas por forças policiais de elite, atingiram o veículo em que viajavam a socióloga e o motorista Anderson Gomes na noite de 14 de março de 2018, no Rio.

A ativista dos direitos humanos também regressava a casa depois de participar num debate com jovens negras, quando o seu carro foi alvejado: ela foi baleada na cabeça e o condutor nas costas.

Este caso teve repercussão internacional e transformou a feminista em símbolo da luta por maior participação das mulheres negras nos espaços de poder no gigante sul-americano.

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