Fá-lo-emos nos próximos dias, sublinhou o deputado Manuel Bompard, coordenador da força política ligada ao bloco de esquerda Nova Frente Popular, num programa sobre Europe1 e CNews.
Segundo o dirigente, estão reunidas as condições para promover a destituição, com base no que consta do artigo 68.º da Carta Magna, que estabelece que o chefe de Estado pode perder o cargo em caso de “incumprimento manifesto das suas funções”. “, ao agir de forma “incompatível com o exercício do seu mandato”.
Bompard alegou a decisão do presidente de excluir Lucie Castets do cargo de primeira-ministra, a proposta da Nova Frente Popular, aliança entre os rebeldes, os socialistas, os ambientalistas e os comunistas, que foi a que obteve mais deputados nas eleições legislativas no mês passado (193), embora longe da maioria absoluta na Assembleia Nacional (289).
O presidente pretende dar um golpe antidemocrático, denunciou ao insistir na visão da esquerda de que Macron pretende ignorar o resultado nas urnas.
Após uma primeira sessão de consultas, entre sexta e segunda-feira, com os partidos políticos, o chefe do Eliseu rejeitou a opção de um substituto de esquerda para o primeiro-ministro Gabriel Attal, cuja demissão aceitou em 16 de julho, na sequência dos reveses do partido no poder nas eleições parlamentares e legislativas de junho.
Macron convidou socialistas, ambientalistas e comunistas a manterem o diálogo em busca de um governo de interesse comum, mas liderado pela direita, marginalizando a LFI das negociações.
Neste momento apenas os rebeldes parecem promover a destituição do presidente, um processo muito complexo em que o Parlamento (Assembleia Nacional e Senado) deve tornar-se um Tribunal Superior.
Os analistas preveem quase zero chances de sucesso para esta iniciativa, o que de qualquer forma demonstra o cenário desafiador e imprevisível presente na França.
oda/wmr / fav