A propósito do Dia Mundial contra esta prática, o responsável da organização alertou para os recentes apelos à sua retomada, o que confirma que as terríveis lições do passado “são esquecidas e ignoradas”.
Nos últimos oitenta anos, foram documentados mais de dois mil testes nucleares em mais de 60 locais em todo o mundo, com consequências que vão desde terras inabitáveis até problemas de saúde a longo prazo para as pessoas.
O mundo deve falar a uma só voz para acabar com esta prática de uma vez por todas, afirmou o veterano diplomata.
Segundo a ONU, o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT) é a única ferramenta de segurança essencial e verificável.
No entanto, esse instrumento ainda não está em vigor porque requer a ratificação de oito países: Estados Unidos, China, Irão, Israel, Egito, Índia, Paquistão e Coreia do Norte.
Guterres apelou ao trabalho para a sua ratificação imediata e incondicional.
“Vamos passar no teste para a humanidade e proibir para sempre os testes nucleares”, insistiu.
O CTBT foi assinado por 187 Estados e ratificado por 178; dez deles desde 2021, confirmando um impulso global contra a retomada dos testes nucleares.
O regresso destes, ou mesmo a utilização de uma arma nuclear, poderia representar um colapso desastroso da confiança e da solidariedade internacionais, afirmava um artigo assinado pelo presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, e pelo secretário executivo da Organização do Tratado, Robert Floyd.
“Retornar à era dos testes nucleares irrestritos não deixaria nenhum Estado ou comunidade seguro, e ninguém na Terra seria poupado de ser afetado”, alertaram.
Desde 2009, a ONU comemora todo dia 29 de agosto como o Dia Internacional contra os Testes Nucleares proclamado pela Assembleia Geral.
A data comemora o encerramento oficial, em 1991, do local de testes de armas nucleares de Semipalatinsk, no atual Cazaquistão, onde ocorreram 456 explosões de testes nucleares entre 1949 e 1989.
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