A Liga de Higiene Mental e outras entidades têm mais de 2 mil arquivos de dados sobre crianças de famílias que as procuram, disse o diretor executivo da Comissão Presidencial para a Paz e os Direitos Humanos (Copadeh), Oswaldo Samayoa.
Na comemoração do Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, o funcionário acrescentou que as organizações dedicadas à localização de crianças adotadas no contexto do conflito armado estão atualmente ativas em diferentes países.
O presidente da nação, Bernardo Arévalo, lembrou que os jovens sobreviventes dos massacres foram diretamente apropriados ou executados, alguns morreram de fome e ferimentos durante o deslocamento forçado.
Outros foram forçados a lutar e, mais de 40 anos depois, as famílias ainda estão procurando por seus filhos e filhas, disse ele no Palácio Nacional da Cultura (sede do governo).
A investigação das crianças desaparecidas foi acompanhada por organizações de direitos humanos que contribuíram para atender às vítimas de forma abrangente, reconheceu o chefe de Estado.
Ele destacou a localização de cerca de mil delas, ao mesmo tempo em que enfatizou que as famílias presentes aqui são a prova de um drama contínuo até que o destino dessas pessoas seja conhecido.
A Comissão de Esclarecimento Histórico recomendou a criação de uma entidade nacional para a busca de crianças desaparecidas, explicou o político de 65 anos.
Infelizmente, uma primeira iniciativa não se concretizou e as famílias ainda estão procurando, o Estado está fazendo isso e mantém uma dívida moral e ética, enfatizou.
O porta-bandeira do partido Movimento Semente expressou a obrigação do governo de acompanhá-los e de cumprir os compromissos dos Acordos de Paz, assinados em 1996.
Ele informou que havia instruído o Copadeh a projetar e implementar um mecanismo de busca para todas as vítimas de desaparecimento em suas diferentes circunstâncias.
Na opinião de Arévalo, somente dessa forma será possível encerrar esse capítulo doloroso para cada uma das famílias que continuam a sofrer com a ausência de seus filhos e aguardam seu reencontro.
Em 21 de dezembro de 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas expressou sua preocupação com o aumento dos desaparecimentos forçados ou involuntários em várias regiões do mundo.
O órgão decidiu declarar 30 de agosto como o Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados ou Involuntários e começou a comemorá-lo no ano seguinte.
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