Criado em 31 de agosto de 1940 para contribuir com o equilíbrio da comunicação no Chile, sua história não foi fácil, pois teve que enfrentar e resistir a dois períodos de clandestinidade durante regimes ditatoriais e agora realiza seu trabalho em um contexto marcado pela alta concentração da mídia hegemônica.
“Há 84 anos oferecemos outra perspectiva, outra opção informativa e comunicacional, comprometida com as forças de esquerda, os movimentos sociais e os processos de mudança”, disse o diretor da publicação, Hugo Guzmán, à Prensa Latina.
Ele lembrou que, em sua história, sofreu a pior violação do direito à informação e da suposta liberdade de imprensa, pois enfrentou a ilegalização, o fechamento e a repressão dos setores conservadores e fascistas.
Hoje temos de lutar contra a falta de recursos financeiros e a estigmatização, mas isso não nos desencoraja a enfrentar a tarefa de comunicação, e estamos fazendo isso com edições impressas, um portal da web e redes sociais, disse ele.
O aniversário do El Siglo foi comemorado na sede do Instituto de Ciências Alejandro Lipschutz, onde participaram profissionais do setor, ex-funcionários do jornal, membros do Colégio de Jornalistas, líderes políticos e membros do corpo diplomático.
O evento homenageou o ex-presidente do Partido Comunista do Chile (PCCh), Guillermo Teillier; o jurista e ex-vice-diretor do El Siglo, Eduardo Contreras, e o proeminente economista Hugo Fazio, colaborador do jornal.
Em seu discurso, o presidente do PCCh, Lautaro Carmona, destacou o papel do El Siglo na defesa das demandas dos trabalhadores, dos direitos humanos, dos povos indígenas e de todas as causas que buscam uma transformação da sociedade diante do modelo neoliberal.
Ele lembrou que foram as forças representadas por esse jornal que tornaram possível a acusação do ditador Augusto Pinochet, dos agentes da Direção Nacional de Inteligência (DINA), a polícia secreta do regime, e do Centro Nacional de Informações.
Apesar das adversidades materiais e econômicas, El Siglo chegará ao seu centenário porque é um instrumento eficaz, um construtor de unidade e fará parte das conquistas democráticas do povo do Chile, disse ele.
A banda Los insobornables animou o evento de comemoração com uma apresentação de músicas conhecidas do Chile e da América Latina.
kmg/car/hb