O diretor do Instituto Nacional de Estatística (INE), Humberto Arandia, afirmou que isto ocorre apesar do reconhecimento de prestigiadas instituições internacionais.
“Especialistas internacionais em demografia, em censos, destacam que os resultados a nível nacional e subnacional são coerentes e consistentes com a evolução demográfica que temos observado em nosso país”, afirmou Arandia em declarações ao canal estatal Bolivia TV.
“Temos a declaração contundente da Comissão Internacional de Alto Nível que afirma, de forma clara, contundente e simples, que o INE cumpriu bons padrões e práticas de qualidade em matéria censitária, entregando resultados de qualidade e transparentes”, indicou a autoridade.
Esta comissão foi integrada por representantes do Centro Demográfico da América Latina e do Caribe, do Fundo de População das Nações Unidas, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, do Banco Mundial, da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe e do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento do os países da Bacia do Prata.
Lembrou que o INE iniciou na quinta-feira passada um processo de socialização em Santa Cruz, continuou na sexta-feira em La Paz, continuará esta terça-feira em Tarija e posteriormente chegará às restantes cidades.
Face às críticas aos resultados oficiais dos Censos relativamente à anterior projeção do INE de atingir mais de 12,2 milhões de habitantes, Arandia esclareceu que a estimativa foi feita com parâmetros de 2018.
“Fizemos uma estimativa de 12,288 milhões bolivianos, seguindo condições normais segundo parâmetros de 2018, mas o que aconteceu entre os dias 18 e 24? A fertilidade por mulher caiu e isso fez com que nascessem 350 mil pessoas a menos do que as projeções, ” ele disse.
Acrescentou que quase 140 mil pessoas morreram com a pandemia de Covid-19 e mais de 100 mil foram para o estrangeiro, pelo que a projeção máxima é de 11,5 milhões e são “fatos simples e factuais”.
Segundo dados demográficos, entre 1965 e 1975 cada mulher teve em média entre 7,5 e 6,5 filhos, de 1975 a 1980 entre 5,5 e 4,5, e na década de 1990 uma média de quatro.
No início de 2000 a média era de 3,2 e 3,3 filhos, em 2016 a média chegava a 2,9 filhos e em 2023 chegava a 2,1.
O diretor do INE insistiu em desqualificar as críticas aos resultados dos Censos emitidas por alguns políticos que estão na corrida eleitoral.
Ressaltou que esta atitude visa única e exclusivamente gerar um discurso de natureza política, carente de respaldo técnico.
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