Segundo o site Al Anbaa, o procurador-geral do Líbano, juiz Jamal al-Hajj, detonou uma pesada bomba que levou à prisão de Salameh, por suspeita de desvio de fundos públicos do Banco Central, desembolso de influência, lavagem de capitais e ilícito enriquecimento durante sua administração.

A inesperada presença do ex-presidente, de 74 anos, no Palácio da Justiça surpreendeu ontem os meios judiciais e políticos do país, após o seu desaparecimento da cena pública desde a conclusão do seu mandato, em 31 de julho de 2023, indicou a publicação.

O meio de comunicação comentou que a decisão de prender Salameh provém de cálculos políticos e judiciais externos e fontes familiarizadas com o ocorrido expressaram a sua convicção de que esta etapa constitui o início de um processo de investigação nos arquivos do Banco do Líbano e do resto das instituições de crédito.

Aliás, acrescentou que quando as detenções começam pela pessoa de Salameh, com proteção política, significa que não há guarda-chuva sobre ninguém, e os processos incluirão todos os envolvidos no desvio de fundos públicos ou privados.

De acordo com o jornal Al-Akhbar, a juíza al-Hajj iniciou a investigação do caso Optimum no final de julho, que é o mesmo arquivo da juíza Ghada Aoun antes de ser retirado dela.

A investigação incide sobre os casos de furto e peculato relacionados com a empresa Optimum e os contratos estabelecidos entre o Banco Central e a empresa para compra e venda de obrigações do Estado e certificados de depósito em libras, bem como as comissões obtidas.

Fontes judiciais citadas pelo jornal confirmaram que o ex-governador prometeu ao procurador-geral apresentar documentos que comprovem a sua inocência nos próximos quatro dias, encerrando o prazo legal para detenção enquanto se aguarda uma investigação.

Considerado um dos principais responsáveis pelo atual colapso económico do país, Al-Akhbar questionou se Riad Salameh caiu completamente ou se a proteção política e sectária conseguirá tirá-lo desta situação também desta vez.

Durante duas audiências em março de 2023 perante investigadores europeus aqui, Salameh negou a transferência de dinheiro do Banque du Liban para as suas contas pessoais dentro e fora do país, criticando o que descreveu como “má-fé e sede de acusação” contra ele por vários lados.

Em abril de 2021, o poder judicial libanês abriu uma investigação local sobre a riqueza de Salameh e a sua origem.

A Suíça foi o primeiro país europeu a escrever ao Líbano, no início de 2021, no âmbito de investigações sobre transferências financeiras relacionadas com Salameh, o seu irmão Raja, a assistente Marianne Howayek e instituições afiliadas ao Banco Central.

França, Alemanha, Luxemburgo, Mónaco e Bélgica lançaram posteriormente ações semelhantes contra o antigo presidente por suspeita de peculato e corrupção.

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