23 de December de 2024
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Rússia minimiza mudanças na liderança ucraniana

Rússia minimiza mudanças na liderança ucraniana

Moscou, 6 set (Prensa Latina) O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, minimizou hoje as recentes mudanças no topo do governo ucraniano e acrescentou que não se pode depositar esperanças nelas.

O chanceler, Dmitri Kuleba, não é o único que se demitiu, na verdade há sete ou oito cargos, como vice-primeiros-ministros e titulares de diversas pastas, que o fizeram, e neste momento há uma luta na Verkhovna Rada (parlamento ucraniano) que rejeita algumas renúncias e aceita outras, disse Lavrov ao canal RBC.

O chefe da diplomacia russa fez esta declaração um dia depois de a legislatura ucraniana ter aprovado a nomeação de Andréi Sibiga como novo ministro dos Negócios Estrangeiros, após a destituição de Dmitri Kuleba.

No dia 4 de setembro, a Verkhovna Rada ratificou também a demissão dos ministros da Justiça, do Ambiente e de questões de setores estratégicos da indústria, bem como da vice-primeira-ministra para a integração euro-atlântica, Olga Stefanishina, entre outros altos funcionários.

Lavrov indicou que várias hipóteses estão a ser consideradas nos meios de comunicação social em relação a estas mudanças: há quem diga que o líder ucraniano, Vladimir Zelensky, quer livrar-se de alguns membros da sua equipa e depois responsabilizá-los pelos fracassos; outros falam de “ratos fugindo do navio”.

“Francamente, não sei, nem estou muito interessado. Zelensky não está pronto para uma negociação limpa. E o Ocidente não o deixará participar nessa negociação”, disse Lavrov.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo salientou neste contexto que para Moscovo alguns princípios formulados há dois anos e meio em Istambul ainda são válidos, nomeadamente a não incorporação da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte OTAN.

Esses princípios ainda estão em cima da mesa. Pelo menos estamos dispostos a retomá-los, desde que se tenha em conta a nova realidade, esclareceu o ministro.

A Rússia continua uma operação militar especial na Ucrânia desde 24 de fevereiro de 2022, cujos objetivos, segundo o presidente russo Vladimir Putin, são proteger a população de “um genocídio do regime de Kiev” e enfrentar os riscos de segurança nacional que representam o avanço da OTAN para o leste.

Em meados de Junho, Putin formulou várias condições-chave para iniciar negociações de paz, em particular, que a Ucrânia retirasse as tropas de quatro novos territórios russos (Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporozhye).

Da mesma forma, Kiev deveria desistir de aderir à OTAN e manter um estatuto neutro, não alinhado e não nuclear; e que todas as sanções contra a Rússia sejam levantadas.

Até à data, a Ucrânia condicionou a cessação das hostilidades à recuperação de todos os territórios perdidos, incluindo a Crimeia, que se juntou à Rússia em março de 2014.

A última ronda de conversações entre Moscovo e Kiev para pôr fim às hostilidades ocorreu em 29 de março de 2022 na cidade turca de Istambul, e os países não as retomaram desde então.

jha/gfa/ls

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