Foi o que afirmou a coordenadora do Grupo de Investigação em Antropologia Forense (GIAF) da Universidade da República, Alicia Lusiardo, durante um debate sobre a busca dos desaparecidos na Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade da República.
A lista dos desaparecidos tem 197 nomes, disse Lusiardo.
O Comissário salientou que, após as identificações e descobertas de restos mortais, “a tarefa que temos pela frente é a de 161 pessoas que não foram localizadas”.
“Estamos sempre a trabalhar com dados ou testemunhos escassos ou indiretos”, com um nível de imprecisão muito elevado, o que dificulta a tarefa principal do grupo, que é a procura de restos mortais, disse.
Lusiardo explicou que o GIAF trabalha em “grandes propriedades”, por vezes com mais de 400 hectares.
Por esta razão, e porque “a informação que temos não é de valas comuns” mas de “enterros individuais”, a busca “torna-se muito difícil”, explicou.
Os seis corpos de detidos desaparecidos identificados desde 2005 até à data são os de Ubagésner Chaves Sosa, Fernando Miranda, Julio Castro, Ricardo Blanco, Eduardo Bleier e Amelia Sanjurjo.
As ossadas de Castro, Blanco e Sanjurjo foram encontradas no terreno do 14º Batalhão das Forças Armadas, onde, a 30 de julho, foram encontrados os restos mortais de um homem que, à data da sua morte, tinha entre 43 e 57 anos de idade.
Em declarações ao La Diaria, o cientista forense explicou que as amostras desta última descoberta estão a ser estudadas no laboratório da Equipa Argentina de Antropologia Forense, em Córdoba.
“Aí começa o procedimento de extração do perfil genético desses restos mortais”, disse. Quando o perfil estiver completo, será comparado com “a base de dados de referência de familiares de detidos uruguaios desaparecidos”.
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