Em 11 de setembro de 1973, tanques e aviões militares atacaram o Palácio La Moneda e outros edifícios e derrubaram o governo do presidente Salvador Allende.
Augusto Pinochet, então comandante-chefe do exército, liderou o golpe que deu lugar a uma ditadura de 17 anos, durante a qual foram cometidos mais de 40 mil crimes contra a humanidade, incluindo tortura, assassinatos e desaparecimentos.
Cinquenta e um anos depois desses acontecimentos, ainda existem mais de 1.100 pessoas cujo paradeiro é desconhecido.
Sob o lema “Os anos de impunidade não silenciarão os nossos gritos por justiça”, o Partido e a Juventude Comunista convocaram esta quarta-feira uma marcha desde a Avenida La Alameda até ao monumento ao ex-presidente, na Plaza de la Constitución.
A peregrinação passará em frente ao portão Morandé 80, local para onde foi retirado o corpo sem vida de Allende no dia do golpe.
“Não vou renunciar. Colocado num trânsito histórico, pagarei com a minha vida a lealdade do povo… Vocês continuam sabendo que, muito mais cedo ou mais tarde, as grandes avenidas se abrirão novamente onde a liberdade o homem passa para construir uma sociedade melhor”, disse o ex-presidente em seu último discurso.
Por ocasião do 11 de setembro, acontecerá no Patio de los Naranjos, na sede presidencial, um evento liderado por Gabriel Boric, onde participarão autoridades governamentais, parlamentares e familiares de políticos detidos, desaparecidos e executados, entre outros convidados.
Também será realizado um dia de comemoração no Parque da Paz Villa Grimaldi, que durante a ditadura (1973-1990) funcionou como centro de sequestro, tortura e extermínio de opositores.
jha/car / fav