Em sua carta, os professores lembram que, em 1981, o regime de Augusto Pinochet transferiu o sistema educacional para o controle dos municípios, o que teve sérias consequências para o setor.
A primeira, eles apontam, foi a perda de seu status de funcionários públicos e a outra, ainda mais grave, foi a recusa dos governos locais em reconhecer um aumento geral de salários decretado pelo estado, alegando que não era sua responsabilidade assumir tal aumento.
Foi aí que a dívida histórica se originou, devido à diferença entre os novos salários e a escassa renda anterior que eles continuaram a receber e sobre a qual suas pensões foram calculadas.
Durante os mais de 40 anos que se passaram, vários processos foram levados aos tribunais do país e a órgãos internacionais.
Nesse último caso, foram emitidas resoluções que obrigam o Chile a restituir integralmente e a indenizar de forma justa os danos materiais e morais causados por essa situação, bem como a garantir que não se repitam.
Em sua carta, assinada por Nancy Casanova Toledo e René González González, os professores aposentados ressaltam que uma simples reparação de valores irrisórios não será vista como um ato de justiça.
“Tampouco acreditamos que se trata de um processo de negociação quando não há conhecimento de propostas e contrapropostas e o Estado tem um histórico de negação recorrente da Dívida Histórica com os professores”, afirmam.
Não se deve esquecer que todas as vítimas desse problema, 82.96 professores, são pessoas idosas e, até dezembro de 2022, mais de 22.000 haviam morrido sem nenhuma resposta, de acordo com a nota endereçada a Nicolas Cataldo, ministro da educação. ro/car/eam/bm