Em declarações à Prensa Latina, Maday Alonso del Rivero, vice-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade de Havana (UH), comentou que esses intercâmbios ocorrem no contexto das comemorações do 70º aniversário da Universidade de Comunicações de Beijing, com que mantêm a colaboração.
“Os campos de investigação desta casa de estudos superiores estão relacionados com as linhas de algumas das nossas faculdades e, em particular, vamos participar num fórum sobre Inteligência Artificial e Ensino Superior”, notou.
Segundo o acadêmico, este é um tema interessante porque representa um desafio para os professores devido às ferramentas que a IA disponibiliza nas mãos dos alunos.
Alonso destacou que, sem negar o desenvolvimento, é necessário que o ensino ofereça aos alunos os elementos necessários para fazer uso ético e correto da inteligência artificial.
Por sua vez, o reitor da Faculdade de Comunicação da UH, Ariel Terrero, destacou as conquistas da Universidade de Comunicações de Beijing neste campo.
“Desde Cuba trabalhamos muito intensamente para nos aproximarmos de entidades acadêmicas de outros países em busca de laços de cooperação essenciais no mundo da comunicação globalizada, dos fluxos de informação sem fronteiras”, disse à Prensa Latina.
Neste sentido, Terrero anunciou detalhes da próxima edição em Cuba do encontro de pesquisadores e estudiosos da informação e comunicação, que incluirá dois novos temas: comunicação política e IA em relação à educação e comunicação.
“Estamos interessados em saber o que a China faz neste sentido como referência de autossuficiência e independência em inovação e tecnologia”, acrescentou.
Segundo explicou, Cuba mostra avanços no uso da IA na perspectiva da informática e de outras especialidades como a comunicação.
Terrero defendeu uma maior articulação da academia em nível global para estudar conjuntamente este “campo polêmico, cheio de paradoxos e graves conflitos sociais e culturais”.
“A IA abre enormes oportunidades para o desenvolvimento da saúde, da educação, da indústria, da comunicação, entre outros setores, mas não podemos ir a ela ingenuamente, porque também amplifica ou reproduz muitos preconceitos ideológicos que estão presentes nas vias de informação”, destacou.
Na sua opinião, são os mesmos desafios da manipulação de audiências e dos desequilíbrios comunicacionais, mas agora com uma ferramenta que os levanta de forma mais eficiente.
“É também uma oportunidade para o Norte olhar de forma diferente para o Sul Global, se nos apropriarmos destas tecnologias e fizermos uso delas de forma eficaz”, observou.
Na China, a IA está presente na sociedade, na cultura, na economia e no comércio de diferentes formas, daí o crescente interesse do gigante asiático em aperfeiçoar o seu sistema de governação e a aplicação prática desta ferramenta.
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