Santo Domingo, 29 set (Prensa Latina) Apesar das tentativas de colonização cultural dos Estados Unidos na América Latina e no Caribe, os povos dessas regiões defendem suas raízes, que, até hoje, em sua maior parte, dominam a arte nacional.
Na República Dominicana, os seus habitantes assumem orgulhosamente a sua própria identidade, embora na sua história tenha sido notável a presença estrangeira (incluindo guerras e invasões estrangeiras, entre elas a dos Estados Unidos em 1965).
Os quisqueyanos apreciam seus ritmos, que misturam instrumentos trazidos da África, da França – devido à influência da colônia europeia no vizinho Haiti – e da Espanha através de territórios próximos como Cuba, Colômbia e Venezuela.
Ao falar desta nação caribenha que compartilha a Hispaniola com o Haiti, muitos a associam imediatamente às suas praias, entre as mais belas do Caribe, mas também ao merengue, ritmo contagiante considerado a dança nacional.
Os historiadores indicam que o merengue emprestou o nome de um doce em meados do século XIX; Outros apontam que vem das palavras muserengue ou tamtanmouringue, dança conhecida de algumas culturas africanas trazida pelos escravizados da costa da Guiné. Porém, nos meios intelectuais ainda existem outras teses que levantam dúvidas sobre isso.
O que os estudiosos concordam é que inicialmente a melodia contagiante – atualmente tem sua versão hip-hop – foi repudiada pelas elites dominicanas, por considerá-la “vulgar” e “provocativa”.
O merengue começou a se tornar popular entre os dominicanos a partir de 1855, primeiro nos ambientes rurais e depois nas áreas urbanas.
No início, os intérpretes tocavam com a tumbara, a güira e o quatro. Com o passar dos anos, foi incorporado um instrumento até então desconhecido que entrou na zona de Cibao (Santiago de los Caballeros): o acordeão.
A forma de dançar se mantém até hoje, com uma coreografia reduzida e sensual. O casal nunca se separa e todo o movimento passa pelos quadris e joelhos, numa cadência para a esquerda e para a direita. Eles podem virar, andar de lado e até se soltar, mas sempre de mãos dadas.
Em 26 de novembro de 2005, um decreto presidencial proclamou o Dia Nacional do Merengue. Com esse gesto foi elogiado que há 151 anos a palavra “merengue” apareceu publicada pela primeira vez no jornal El Oasis.
Onze anos depois, em 2016, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura declarou-o Obra-Prima do Patrimônio Cultural, Oral e Imaterial da Humanidade.
(Retirado de 4ta Pared, suplemento cultural Orbe)
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