Segundo o comunicado, este recurso, promovido pela representação do ex-governante, condenado a mais de 10 anos de prisão no caso Novos Negócios e a quem foi concedido asilo na embaixada da Nicarágua, visava separar López da alegação de inconstitucionalidade.
Martinelli apresentou uma contestação contra o juiz López, alegando que eles mantêm uma inimizade manifesta, o que foi evidenciado em um grande número de questões públicas.
O recurso sustenta ainda que Martinelli apresentou queixas contra o juiz perante a comissão de credenciais da Assembleia Nacional (parlamento unicameral), que datam de 2021.
Ao mesmo tempo, sugere que nessas situações é prudente que o juiz se afaste da alegação de inconstitucionalidade movida por Martinelli contra a decisão mista nº 02, de 17 de julho de 2023.
A ação de inconstitucionalidade de Martinelli alega que a segunda juíza liquidante dos processos penais, Baloisa Marquínez, o processou e condenou quando ele ainda gozava da proteção do princípio da especialidade.
No dia 22 de agosto, o juiz López foi designado para apresentar a ação de inconstitucionalidade movida por Martinelli.
Resolvida a impugnação, o advogado pode agora iniciar a elaboração de um projeto sobre a admissão ou não da reclamação apresentada por Martinelli e, em seguida, submetê-lo à apreciação dos demais magistrados que compõem o Plenário do CSJ.
O caso Novos Negócios começou em 2017 e está relacionado à compra com supostos recursos públicos da Editorial Panamá América SA (Epasa) por US$ 43,91 milhões em dezembro de 2010, quando Martinelli era presidente.
Para vários analistas, o que está em jogo, como antes, é se a impunidade desenfreada em crimes de grande repercussão continua ou se prevalece a chamada certeza da punição e até mesmo a credibilidade do próprio sistema judicial panamenho, com o entendimento de que Martinelli enfrentou outros processo criminal e saiu ileso.
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