Em 17 de setembro, a Mesa da Assembleia votou pela aceitação da ação judicial, que foi promovida principalmente pelo partido La France Insoumise, de modo que a próxima etapa na quarta-feira será avaliar se o Parlamento bicameral pode se tornar um “Tribunal Superior” para apoiar o andamento do processo.
De acordo com os analistas, a iniciativa tem pouca chance de sucesso devido ao apoio necessário em ambas as câmaras, a Assembleia Nacional e o Senado.
Mesmo nas fileiras do bloco de esquerda Nova Frente Popular, não há unanimidade no apoio ao impeachment, com os socialistas já dizendo que não votarão a favor, considerando que ele está fadado ao fracasso e, portanto, dará a Macron “uma nova legitimidade”.
O argumento do processo é que o chefe de Estado marginalizou a vontade do povo nas urnas ao se recusar a permitir que a esquerda formasse um governo.
Nas eleições legislativas de julho, a Nova Frente Popular foi a lista que obteve o maior número de deputados, com 193, embora longe da maioria absoluta na Assembleia Nacional (289), razão pela qual exigiu a nomeação de Lucie Castets como primeira-ministra, um pedido rejeitado pelo presidente, que nomeou Michel Barnier em 5 de setembro.
O artigo 68 da Constituição Francesa estipula que o Presidente da República pode ser destituído do cargo em caso de “falha manifesta no cumprimento de seus deveres”, agindo de maneira “incompatível com o exercício de seu mandato”.
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