Saúde, educação, esportes, agricultura, cultura, comércio, turismo e pesquisa científica são alguns dos campos em que “nossos países podem cooperar e melhorar seus laços”, disse a chefe de missão, que recentemente assumiu seu cargo e está entusiasmada com o impulso dos laços bilaterais, em entrevista à Prensa Latina.
O Quênia, país da África Oriental com 54 milhões de habitantes, e Cuba estabeleceram relações diplomáticas em dezembro de 1995 e, em fevereiro de 2002, assinaram um primeiro Acordo de Colaboração que favoreceu o intercâmbio profissional.
Cuba é conhecida por ter ótimos programas de saúde e treinamento médico, portanto o Quênia pode se beneficiar dessa experiência e elaborar iniciativas de cooperação nessa área necessária, disse Mwenda.
“A criação de programas de bolsas de estudo, juntamente com outras iniciativas, pode facilitar o intercâmbio de profissionais e estudantes, especialmente nas áreas de medicina, biotecnologia e tecnologia”, propôs o embaixador, que também representa Nairóbi perante os países da Comunidade do Caribe e alguns do Sistema de Integração Centro-Americana.
Em 2001, Nairóbi e Havana assinaram um Acordo de Colaboração que permitiu que dezenas de jovens quenianos estudassem em universidades da ilha, especialmente medicina, e que médicos cubanos viajassem para trabalhar naquele país africano.
A colaboração também é possível na agricultura, disse ela, por meio do compartilhamento de técnicas agrícolas sustentáveis que contribuem para garantir a segurança alimentar, enquanto “podemos promover a diplomacia cultural por meio de alimentos, arte, música e dança”, acrescentou.
Outra área sugerida pelo embaixador na qual os dois países podem cooperar é o turismo, “com iniciativas conjuntas que atraiam visitantes e mostrem as belezas naturais do Quênia e as atrações culturais e históricas de Cuba, além de trocar experiências sobre as melhores práticas de marketing turístico”, disse Mwenda.
Em sua opinião, novos acordos comerciais podem ser explorados para o intercâmbio de produtos e serviços. O Quênia pode exportar chá, café e outros produtos para Cuba, enquanto pode comprar produtos biotecnológicos, farmacológicos e outros da ilha.
Ele até propôs a ideia de que, como Nairóbi, a capital queniana, está estrategicamente localizada e serve como uma importante ligação ferroviária, aérea e portuária no continente africano, ela poderia abrigar um centro para a distribuição de vacinas cubanas e outros medicamentos inovadores de seu setor de biotecnologia.
Os quenianos – continuou ela – são atletas muito bons, especialmente em distâncias médias e longas, enquanto os cubanos se destacam em outros esportes, como boxe, luta livre e beisebol. “É por isso que há motivos sólidos para expandir a cooperação esportiva”, considerou a embaixadora.
No ambiente político, Mwenda sugeriu o fortalecimento dos laços por meio de compromissos diplomáticos sólidos para aumentar a colaboração em questões globais, incluindo desenvolvimento sustentável, direitos humanos e segurança internacional.
A fim de expandir e elevar ainda mais as relações, o embaixador considerou que as visitas de alto nível e o diálogo diplomático deveriam ser aumentados para promover ainda mais o entendimento mútuo e explorar áreas de colaboração.
O Chefe da Missão assegurou que o Quênia sempre estará ao lado de Cuba em sua incansável luta pelo levantamento justo do bloqueio econômico, comercial e financeiro que o governo dos EUA impôs ao país por mais de 60 anos.
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