Um plano económico sem défice financeiro, totalmente financiado, significa que não será necessário contrair dívida para gastos correntes como aconteceu com todos os planos anteriores, segundo a propaganda oficial.
O documento prevê 1.535,8 mil milhões para o sector da educação e 1.170,4 mil milhões para o sector da saúde, num total de 2.706 mil milhões em ambas as áreas.
Durante a apresentação do plano, o ministro das Finanças, Jerson Posada, sublinhou ainda que a área da segurança e defesa terá uma dotação de 903,4 milhões, que, juntamente com a educação e a saúde, absorverá 37,4 milhões do plano.
O aspeto polémico é o anúncio presidencial de que o plano anual de despesas será financiado na totalidade, o que significa que não haverá necessidade de contrair dívida para as despesas correntes.
No entanto, o académico Oscar Picardo, da Universidade Francisco Gavidia, está entre os que consideram que “o governo de Nayib Bukele é um governo despesista”, razão pela qual crescem as dúvidas expressas por analistas e economistas.
Teme-se que, se houver um défice de 600 ou 800 milhões de dólares, estes sejam reduzidos dos programas sociais, uma das exigências nas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para sanear as finanças públicas.
O debate prossegue e até economistas como Cesar Villalona consideram que o orçamento proposto inflaciona algumas receitas, inclui mais dívida, reduz os recursos nas áreas sociais, provoca despedimentos e afecta os serviços de saúde e de educação, entre outros, ao mesmo tempo que mantém o endividamento do país.
Por outro lado, uma sondagem do CID Gallup revelou durante a semana que entre os salvadorenhos existe um forte apoio ao programa de segurança do governo.
A sondagem revelou que 84% da população é a favor da continuação do regime de emergência, uma medida que foi prorrogada esta semana pela 31ª vez e que facilitou a luta contra os gangs e a detenção de cerca de 81 mil 900 membros de gangs e alegados colaboradores.
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