Isso inclui a violação flagrante do acordo de protocolo sobre repatriações assinado em 1999, que proíbe expulsões noturnas e exige a comunicação prévia de listas dessas pessoas às autoridades haitianas.
Apesar disso, cerca de três mil cidadãos foram deportados entre 5 e 6 de outubro sem qualquer respeito a essas disposições, e muitos deles foram deixados sem seus pertences pessoais ou documentos de identidade, acrescenta a CPT em seu comunicado publicado pelo jornal Le National.
“Além disso, houve relatos de abuso físico, trauma e menores desacompanhados. Até mesmo representantes consulares haitianos foram proibidos de entrar nos centros de detenção temporária”, destaca o texto.
Nesse contexto, o Comitê Europeu para a Prevenção da Tortura (CPT) observou que a República Dominicana desrespeitou várias convenções internacionais, inclusive a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção de 1951 sobre a Situação dos Refugiados.
A indignação da CPT tem como pano de fundo a decisão do presidente dominicano, Luis Rodolfo Abinader, de repatriar em massa 10.000 haitianos por semana, até atingir a cifra de 500.000.
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