Os preparativos foram confirmados depois do Parlamento ter ignorado a demanda do setor de transportes de que fosse revogada uma lei recentemente aprovada e considerada favorável às organizações criminosas.
Em vez disso, ontem à noite, o Legislativo aprovou apenas algumas reformas na norma que, segundo o dirigente da Aliança Nacional dos Transportadores Julio Campos, não resolvem o problema do excesso de extorsão e sua correlação com assassinatos por encomenda.
Campos, motorista de táxi interprovincial autônomo, afirmou que o Governo estaria determinado a difamar o movimento que realizou com sucesso duas paralisações de serviço nas últimas semanas, com duração de 24 e 48 horas.
Em diálogo com a imprensa estrangeira, o dirigente explicou que os porta-vozes oficiais se referem ao movimento como uma questão de motoristas informais, como ele, e respondeu que a luta é pela vida, os assassinos extorquem e matam sem distinguir entre transportes formais e informais.
Destacou que o protesto será realizado pela Comissão Sindical dos Transportes, que reúne os serviços urbanos e interprovinciais, de passageiros e de carga, além dos táxis e até dos humildes mototáxis que operam em bairros populares e cujos proprietários são vítimas de extorsões.
Também participam das mobilizações, garantiu Campos, vendedores de jornais, mães do Vaso de Leche (copo de leite em espanhol) – grupos de mulheres que preparam o café da manhã para crianças pobres – e moradores de áreas populares.
Sobre um setor dos transportadores que anunciou simultaneamente greve, disse que estão convidados para a reunião de hoje para se somarem à greve marcada para dia 23.
Por sua vez, o presidente da Comissão pela Defesa da Vida, do grande centro de produção e comércio de vestuário têxtil do bairro Gamarra, Carlos Choque, disse que no dia indicado as portas serão fechadas e os empresários locais realizarão passeatas.
Por outro lado, a demanda de segurança cidadã será incluída na jornada de passeatas marcadas para hoje pela Confederação Geral dos Trabalhadores em busca de um aumento digno do salário mínimo oficial.
Além disso, o Sindicato Unitário dos Trabalhadores da Educação do Peru (Sutep) iniciou ontem uma série de passeatas em Lima e nas regiões amazônica de Iquitos, norte de Tumbes e sul de Ica e Arequipa pelo cumprimento dos acordos coletivos com o governo para melhorias salariais que, alegam, não estão sendo cumpridos.
As marchas apontam para uma greve nacional que a Sutep iniciará no dia 21 de outubro caso suas reivindicações não sejam atendidas, informou o secretário-geral da organização sindical, Lucio Castro.
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