Os intensos bombardeios, o deslocamento massivo e a falta de pausas humanitárias seguras na maior parte do norte de Gaza obrigaram o Comitê Técnico da Poliomielite para Gaza a adiar a fase final da campanha em curso que pretendia vacinar 119.279 crianças na zona.
Recursos logísticos, suprimentos e recursos humanos treinados já haviam sido coordenados para imunizar as crianças com uma segunda dose da vacina oral contra a pólio tipo 2 (nOPV2), após uma primeira rodada realizada em toda a Faixa de Gaza de 1º a 12 de setembro.
Para interromper a transmissão do vírus, pelo menos 90% das crianças em todas as comunidades e bairros devem ser vacinadas, um pré-requisito para uma campanha eficaz de interrupção do surto e prevenção de sua disseminação.
As pausas humanitárias são essenciais para o sucesso da campanha, permitindo que os parceiros entreguem os suprimentos de vacinação às unidades de saúde, que as famílias tenham acesso seguro aos centros de vacinação e que as equipes móveis de profissionais de saúde cheguem às crianças em suas comunidades.
De acordo com os especialistas, o atraso na administração de uma segunda dose de nOPV2 dentro de seis semanas reduz o impacto de duas rodadas com espaçamento curto para aumentar simultaneamente a imunidade de todas as crianças e interromper a transmissão do vírus.
O fato de um número significativo de crianças não ter recebido a segunda dose da vacina pode levar a uma maior disseminação do vírus na Faixa de Gaza e nos países vizinhos, com o risco de mais bebês ficarem paralisados.
Desde o início da segunda rodada da campanha contra a pólio em Gaza, em 14 de outubro de 2024, 442.855 crianças com menos de 10 anos de idade foram vacinadas com sucesso no centro e no sul da Faixa de Gaza, 94% da meta nessas áreas.
Além disso, um total de 357 mil 802 crianças de dois a 10 anos de idade receberam suplementos de vitamina A como parte dos esforços para integrar a distribuição da vacina contra a pólio a outros serviços essenciais de saúde em Gaza.
Como resultado, os especialistas alertam para a necessidade de pausas humanitárias para facilitar a campanha de vacinação em Gaza.
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