Como parte das atividades comemorativas no istmo pelo Dia da Cultura Cubana, jornada dedicada este ano ao autor de ‘O Reino deste Mundo’ (1949), o diplomata proferiu uma conferência na Faculdade de Humanidades da Universidade do Panamá.
Cairo afirmou que o trabalho de Carpentier para a literatura latino-americana do século XX gerou o “real maravilhoso”, um recurso que constitui uma identidade e um ponto de referência fundamental para a América Latina e o Caribe.
Nesse sentido, ele descreveu o pensamento do criador como um modelo de sincretismo que lhe permitiu incorporar características da cultura europeia e americana mais avançada, com um sentido genuinamente universal e muito ligado aos interesses e aspirações populares da região.
Essa projeção especial de sua interpretação da realidade regional, disse ele, fez dele uma das personalidades mais ilustres da vanguarda estética e do pensamento cubano, que recebeu o Prêmio Cervantes em 1977 pela transcendência de sua obra.
Citando outro intelectual cubano, Armando Hart (1930-2017), que foi Ministro da Educação (1959-1965) e Ministro da Cultura (1976-1997), Cairo observou que a posição consistente de Carpentier entre o que ele disse e o que ele fez marcou a forma inequívoca de sua vida e obra, já que sua ideologia artística refletia a trajetória do Libertador Simón Bolívar e do Herói Nacional, José Martí.
O chefe da missão cubana revelou que Carpentier também foi diplomata em Paris, na França, e seu legado permanece em outras obras, como El siglo de las Luces, El recurso del método, La consagración de la primavera ou La música en Cuba, entre outras.
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