Em reuniões na Universidade de Deli e na Jammia Millia Islammia, ambas na capital da Índia, os participantes também mostraram interesse na resistência de Cuba aos ataques económicos, na sua história e idiossincrasia e no legado atual de líderes como Fidel Castro (1926 -2016 ) sobre as novas gerações cubanas.
Para uma melhor compreensão da Cuba de hoje, González explicou o processo de independência da nação caribenha, primeiro para libertar o país da colonização espanhola e depois das garras dos Estados Unidos, que levou ao triunfo revolucionário de 1º de janeiro de 1959.
Ele também destacou a importância de Fidel Castro como líder indiscutível deste processo histórico e da formação do sistema social socialista da ilha, centrado no ser humano.
O presidente do ICAP fez referência à política de pressão máxima estabelecida por Washington como punição ao povo cubano por conquistar sua independência e defender sua soberania.
Explicou que, para tentar subjugar a ilha, sucessivos governos norte-americanos mantiveram durante mais de 60 anos o bloqueio econômico, comercial e financeiro, que a administração de Donald Trump reforçou com mais de 220 medidas coercitivas e a inclusão de Cuba na lista de supostos Estados patrocinadores do terrorismo.
Da mesma forma, a nação caribenha tem sido vítima de ações terroristas de todos os tipos organizadas em território norte-americano, de agressões militares e de campanhas midiáticas contra ela.
Ele detalhou como a política agressiva de Washington visa fechar todos os canais de apoio aos cubanos para tentar matá-los de fome e assim forçá-los a uma revolta que levará a uma mudança de regime na nação caribenha.
Ao responder esta terça-feira a uma pergunta na Universidade de Deli sobre as eleições nos Estados Unidos, González garantiu que o que acontecer nessas eleições terá impacto no mundo.
“Não sou analista político, nem acadêmico, mas sou um cubano com consciência e experiência de vida nos Estados Unidos e, desse ponto de vista, considero que será uma eleição muito acirrada e é difícil prever quem sairá vitorioso”, disse ele.
O presidente do ICAP alertou, que tendo em conta este panorama e as características de um candidato como Donald Trump, poderá se gerar um período de instabilidade dependendo do resultado.
Por outro lado, questionado sobre o avanço da multipolaridade, Fernando González afirmou que é muito positivo o aparecimento de centros de poder como a Índia, a China e os BRICS como alternativas ao domínio exercido durante anos pelos Estados Unidos.
Enfatizou que é importante que estes centros de poder tenham maior peso na economia, na política e nos assuntos internacionais em geral, como alternativas para países em desenvolvimento como Cuba.
Além disso, acreditou que existem desafios para toda a humanidade como as mudanças climáticas, que exigem a cooperação e a colaboração entre as nações como única alternativa para oferecer soluções para conflitos.
Outros temas, como a solidariedade permanente de Cuba com o povo palestiniano e a atitude crítica face à distorção da realidade cubana e suas principais figuras pelos meios de comunicação social, também foram abordados nas reuniões.
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