O caso baseou-se apenas nas declarações das partes e entidades participantes do processo.
Com os votos dos ministros, o julgamento será realizado em data futura, ainda sem definição.
O processo em questão foi denominado ADPF das Favelas (conjunto de moradias populares construídas de forma irregular e precária) e o termo refere-se ao tipo de ação, violação de um preceito fundamental.
É utilizado para questionar violações de direitos fundamentais garantidos na Constituição.
Tal ação foi instaurada em 2019 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), junto a entidades de direitos humanos e movimentos sociais.
As entidades e o PSB pedem que o STF reconheça a situação de graves violações a direitos cometida pelas forças de segurança nas favelas cariocas.
Querem também que seja determinada a adoção de medidas para reduzir esta situação.
Foi sobre essa ação que o Supremo decidiu, em 2020, restringir as operações policiais nos bairros pobres do Rio durante a pandemia de Covid-19.
O tribunal também ordenou na ocasião que fosse apresentado um plano com medidas para reduzir a letalidade policial e controlar as violações dos direitos humanos pelas forças de segurança do Estado.
O relator do caso é o ministro Edson Fachin. Em 2022, ordenou a instalação de câmeras corporais em todos os policiais da divisão territorial.
Em junho do ano passado, ele reiterou o laudo e determinou o estabelecimento de um cronograma para a efetividade da ordem em todas as unidades policiais, com prioridade para aquelas que realizam operações em favelas.
Um relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela que os padrões de letalidade policial no Rio “continuam muito elevados e acima da média nacional”.
Em 2023, a taxa era de 5,4 mortes por 100 mil habitantes em enfrentamentos com a polícia.
A média nacional é de 1,8 mortes por grupo de 100 mil habitantes.
Segundo o estudo, houve diminuição de ocorrências como homicídios e mortes policiais desde a decisão do STF na ADPF das Favelas, que restringiu a atuação policial em comunidades da capital carioca.
Em 2019, ano anterior à decisão, foram registradas 1.814 mortes por intervenção policial no estado.
Já em 2023, as vidas perdidas devido a intervenções policiais chegaram a 871, uma queda de 52% em comparação a 2019.
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