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Comissão dos Deputados vota proposta contra o aborto no Brasil

Comissão dos Deputados vota proposta contra o aborto no Brasil

Brasília, 12 nov (Prensa Latina) A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados do Brasil marcou para hoje a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) contra o aborto.

Registrada em 2012 e de autoria do então deputado federal Eduardo Cunha, destituído em 2016, a PEC garante a inviolabilidade do direito à vida desde a concepção.

“A vida não começa com o nascimento, mas com a concepção”, justificou Cunha na altura.

Na prática, caso esse texto seja aprovado pelo Congresso Nacional, seriam abolidas as autorizações previstas em lei para interromper a gravidez.

O deputado federal Chris Tonietto é relator da PEC de Cunha e já escreveu para votar a favor da proposta.

O Governo ainda pode impedir a votação desta terça-feira.

Isto porque os deputados têm o direito de solicitar audiências, alegando que necessitam de mais tempo para a análise.

O pedido de audiência adia a votação por duas sessões.

Tema tão espinhoso entrou na pauta do Legislativo federal neste ano, quando parlamentares promoveram projeto de lei que equiparava o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio.

Foram estabelecidas penas de seis a 20 anos de prisão para as mulheres que realizassem tal procedimento.

A Câmara dos Deputados acelerou a tramitação integral deste projeto de lei em uma votação que durou cinco segundos.

Após fortes críticas de movimentos populares e organizações da sociedade civil, o presidente da Câmara, Arthur Lira, decidiu em junho criar uma comissão representativa para discutir o projeto e afirmou que a proposta seria mantida para o segundo semestre.

Até então, esta reunião não registou quaisquer progressos.

O aborto é crime no Brasil, mas existem três situações em que é permitido.

São casos de interrupção legal: anencefalia fetal, ou seja, má formação do cérebro do feto, gravidez que põe em risco a vida da gestante e gravidez resultante de estupro.

A timidez, a desconfiança e a falta de informação sobre os seus direitos fazem com que oito em cada 10 meninas e mulheres, vítimas de violação no país, não procurem a polícia ou um serviço de saúde após sofrerem violência sexual.

No entanto, quase nove em cada 10 brasileiras (87%) estimam que quem está sobrecarregado por uma transgressão deveria ter a opção de abortar, conforme estabelecido em lei, segundo estudo realizado pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva.

/ocs/ls

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